Tiro de aviso

Policiais Federais vão se unir para protestar contra Lula

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31 de março de 2007, 18h06

Policiais Federais divulgaram em nota, neste sábado (31/3), que vão promover uma paralisação para protestar contra o governo Lula no próximo dia 18 de abril em frente à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Trata-se de mais um tiro de aviso, que pode assinalar as primeiras movimentações para uma greve geral na PF.

Os policias juntamente com o Sindicato dos Servidores da Polícia Federal do Estado de São Paulo, ligado a Federação Nacional dos Policiais Federais, informaram que vão dar início à operação-padrão no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), na próxima quarta-feira (4/3).

Os agentes federais estão em estado de greve desde o dia 15 de fevereiro. O motivo alegado é o não cumprimento do acordo assinado no dia 2 de fevereiro de 2006, com o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O compromisso dizia que haveria um reajuste salarial de 70% dividido em duas parcelas, de 35% cada. A intenção dos policiais é diminuir a diferença salarial da categoria entre outros órgãos.

Leia a íntegra da nota

Os policiais federais sempre conduziram suas ações de forma republicana, atuando na defesa do Estado, suas instituições e em favor da sociedade. É com esse mesmo espírito que a Federação Nacional dos Policiais Federais tem pautado sua conduta durante todo o processo de negociação com o governo federal, visando questões como a recomposição salarial, a sonhada Lei Orgânica e outros avanços necessários para a categoria.

Infelizmente o governo não pauta sua relação com os policiais federais com essa mesma conduta. Primeiro negociou durante mais de 18 meses com os policiais para só então firmar posição quanto à recomposição justa e merecida. Passado mais de um ano do encerramento das negociações, esse mesmo governo nega a sua própria proposta, assinada pelo ministro da Justiça, e tenta novamente iniciar um processo de negociação.

Ao novo cenário “estaca zero” proposto pelo governo veio se somar um anteprojeto de Lei Orgânica elaborado não se sabe por quem, o qual conseguiu a proeza de, ao mesmo tempo, desagradar todo o Departamento de Polícia Federal.

Portanto, como policiais federais, a Fenapef está mobilizada para garantir que aquilo que foi oferecido, acordado e assinado seja efetivamente cumprido. A categoria mobilizou-se para ter o direito básico de elaborar uma Lei Orgânica que regerá a carreira Policial Federal, afinal de contas o DPF só existe porque os Policiais Federais existem.

A Fenapef não está mobilizada contra ninguém, mas a favor da garantia dos direitos da categoria que representa e de uma Polícia Federal cada vez melhor para todos os brasileiros.

Apesar da decepção em relação ao que foi oferecido pelo governo, durante os legítimos atos de protesto os policiais federais agiram com responsabilidade. A mesma responsabilidade que moveu o ministro da Justiça Tarso Genro, que num gesto democrático, respeitoso e republicano veio até a Federação Nacional dos Policiais Federais para se reunir com as entidades representativas do DPF.

Os policiais federais vão se manter mobilizados, bem como participar da reunião com representantes dos ministérios da Justiça e do Planejamento, proposta para o dia 10 de abril, acreditando ser este um encontro que encaminhará objetivamente os pleitos da entidade.

Paralelamente, está mantido o calendário de mobilização que prevê a concentração de policiais federais no próximo dia 18 na Esplanada dos Ministérios em Brasília.

Além disso, os 27 sindicatos filiados à Fenapef, de forma autônoma, deverão debater e avaliar o quadro em questão e fazer suas deliberações locais.

Por derradeiro, registre-se que os policiais federais estão e continuarão mobilizados, não aceitando meias verdades, meias palavras ou compromissos desfeitos.

É contra isso que lutam, como cidadãos brasileiros e policiais federais que têm o dever de zelar pelo estado e pela sociedade.

Federação Nacional dos Policiais Federais.

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