Regime islâmico

Corte Constitucional da Turquia anula eleições presidenciais

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2 de maio de 2007, 10h04

A Corte Constitucional da Turquia, instância máxima do país, anulou na terça (1º/5) as eleições presidenciais. As informações são do site Findlaw. A oposição turca havia boicotado o pleito que seria feito no parlamento na quinta-feira (3/5) e liderou enormes protestos de centenas de milhares de turcos que se opõem à imposição de um regime político islâmico.

A decisão é uma derrota para o governo de orientação islâmica do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que esperava consolidar seu poder com a eleição do chanceler Abdullah Gul à presidência.

A Corte Constitucional manteve um apelo da oposição secularista que quer evitar que o candidato do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AK), o ministro das Relações Exteriores Abdullah Gul, vire chefe de Estado.

“Foi tomada uma decisão para interromper o processo”, disse Hasim Kilic, vice-chefe do tribunal, em uma entrevista coletiva. A Corte Constitucional disse que 367 membros do Parlamento teriam que estar presentes durante a votação para que fosse válida. Um total de 361 parlamentares votou na eleição de sexta-feira passada (27/4), 357 deles para Gul, o único candidato.

O primeiro-ministro Tayyip Erdogan deixou a porta aberta para uma possível eleição nacional antecipada para resolver a disputa entre seu governo e os secularistas turcos.

A Turquia vem sofrendo com o impasse na eleição presidencial, com uma ameaça de intervenção das Forças Armadas e um protesto antigoverno que reuniu até um milhão de pessoas.

O Exército, que se enxerga como o fiador do Estado secular, já derrubou quatro governos nos últimos 50 anos, o último em 1997, quando agiu contra um gabinete no qual servia Gul.

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