As empresas de informática Oracle e SAP estão neste momento montando as barricadas para as próximas batalhas de uma guerra que se arrasta há seis anos. O ponto da discórdia entre os gigantes da tecnologia é a licitação de Furnas Centrais Elétricas para a compra de um software de gestão, conhecidos pela sigla ERP.
Na primeira tentativa em 2001 a Oracle ganhou e a SAP recorreu ao Tribunal de Contas da União. Em 2002, o TCU reconheceu a vitória da Oracle e disse que a companhia estava liberada para gastar os R$ 55.042.437 do contrato.
Até outubro do ano passado o assunto estava engavetado e para surpresa do vencedor Furnas abriu uma nova licitação e tudo caminhava para a vitória da SAP.
Dessa vez a Oracle foi buscar reparação junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A empresa pediu uma liminar cancelando a licitação, mas o juiz não aceitou a proposição e pediu um parecer do Ministério Público antes da decisão final.
Sem autorização da justiça a licitação em Furnas está suspensa. O que é muito estranho para uma companhia dona de um faturamento anual de R$ 5,4 bilhões.
Softwares de gestão servem para organizar a rotina financeira de grandes corporações. São imprescindíveis para gerenciar lançamentos contábeis, programar pagamentos e organizar o dia a dia com instituições financeiras.
Em 2001, quando Furnas fez a primeira licitação para comprar seu ERP, a Oracle adotou uma estratégia agressiva e apresentou um preço R$ 5 milhões inferior ao seu adversário. Na pontuação final a Oracle ficou com 9,76 pontos contra os 9,64 da SAP.
Em outubro passado, sob o número 0023.2006, Furnas abriu uma nova concorrência para comprar o seu sistema de ERP. No edital, disponível para qualquer interessado, a empresa deixava claro que precisava de um programa capaz de organizar seus 15 000 pagamentos mensais e 1,7 milhão de lançamentos contábeis por mês.
As propostas deveriam ser abertas em 4 de dezembro e a Oracle pressentiu que perderia o contrato para a SAP. “É o mesmo edital licitando o mesmo produto”, afirma um dos envolvidos na disputa. “Não faz sentido abrir essa nova concorrência.”
O que está em jogo é um contrato que pode chegar a R$ 60 milhões. Oracle e SAP preferem se pronunciar, mas quem acompanha de perto esse duelo de titãs sabe que os lances de ataque continuarão até a derrota completa de algum dos envolvidos.
(Artigo publicado no site BITES)
Comentários de leitores
1 comentário
Wagner Salsa (Advogado Sócio de Escritório - Criminal)
Talvez o negócio não tenha saido ainda, porque faltou a caixinha do Dimas Toledo, para o caixa 2 do PSDB, como acontecia até pouco tempo atrás. A propósito, que fim teve a tal "Lista de Furnas" onde estariam os nomes dos políticos beneficiados com essa arrecadação?
Comentários encerrados em 17/01/2007.
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