Verba de campanha

FBI diz que Chavez enviou dinheiro para campanha de Kirchner

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13 de dezembro de 2007, 18h05

Após a prisão de três venezuelanos e um uruguaio, a Justiça americana revelou que os US$ 800 mil apreendidos numa mala, em Buenos Aires, se tratavam de uma contribuição do governo de Hugo Chávez à campanha presidencial de Cristina Kirchner, recém empossada na Presidência da argentina.

As declarações foram feitas pelo procurador federal Thomas Mulvihill ao apresentar denúncia contra os empresários venezuelanos Carlos Kaufman, Franklin Durán, Moises Maionica e contra o uruguaio Rodolfo Wanseele Panciello, presos pelo FBI.

“A denúncia descreve uma conspiração de agentes do governo venezuelano para manipular um cidadão em Miami para ocultar um escândalo internacional”, disse Kenneth Wainstein, procurador-geral assistente de Segurança Nacional dos EUA.

Segundo as investigações, os acusados ameaçaram a família do empresário americano Guido Alejandro Antonini Wilson durante reuniões onde arquitetaram a elaboração de documentos falsos para encobrir a origem do dinheiro.

Os investigadores afirmaram que a operação tinha o conhecimento de “altas esferas do governo de Hugo Chávez”, incluindo a vice-presidência e o serviço de inteligência.

Mulvihill disse ao tribunal que escutas do FBI indicam que o destino do dinheiro era a campanha de Cristina, segundo informou a Associated Press.

A lei eleitoral argentina não prevê cassação do candidato em caso de financiamento ilegal de campanha, mas apenas sanções ao tesoureiro e ao presidente do partido.

Funcionários

O caso Wilson ocorreu no último dia 4 de agosto, quando o empresário voou de Caracas a Buenos Aires em um avião fretado pela estatal argentina Enarsa, no qual também viajavam três funcionários do governo argentino e quatro executivos da petroleira estatal venezuelana PDVSA.

A Alfândega argentina surpreendeu Wilson com a mala e apreendeu o dinheiro, mas ele não foi detido e assim pôde retornar à Miami, onde vive.

O governo argentino pediu a extradição de Wilson sob a acusação de tentativa de contrabando, mas o pedido ainda não foi julgado pela Justiça dos Estados Unidos.

De acordo com reportagem da Folha Online, Chávez negou qualquer envolvimento com o caso. A viagem do empresário Wilson antecedeu em apenas dois dias uma visita do presidente venezuelano à Argentina.

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