Minando o comunismo

EUA pagavam jornalistas anti-Cuba, diz jornal Miami Herald

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10 de setembro de 2006, 11h20

Uma reportagem publicada na sexta-feira (8/9) na edição online do jornal Miami Herald,, da Flórida, afirma que o governo americano pagou milhares de dólares durante vários anos a pelo menos dez jornalistas de Miami para que veiculassem histórias negativas sobre Cuba e seu líder, Fidel Castro.

Esses jornalistas, segundo o Miami Herald, recebiam pagamentos regulares do governo dos Estados Unidos para programas na Rádio e na TV Martí. As informações são da BBC Brasil.

As duas emissoras, administradas pelo governo americano, transmitem notícias e programas em espanhol para Cuba e, conforme a reportagem, têm o objetivo de “minar o governo comunista de Fidel Castro e promover a democracia e a liberdade em Cuba.”

Segundo o Miami Herald, os três jornalistas que recebiam as somas mais altas trabalhavam para o El Nuevo Herald, jornal de língua espanhola publicado pela mesma empresa do Miami Herald.

Um deles, Pablo Alfonso, que tem uma coluna de opinião no El Nuevo Herald, recebeu US$ 175 mil para apresentar programas nas duas emissoras. O repórter Wilfredo Cancio Isla recebeu US$ 15 mil, e a freelancer Olga Connor, US$ 71 mil. Os três foram demitidos do El Nuevo Herald e não comentaram o assunto.

Confiança violada

O presidente do Miami Herald, Jesus Diaz, acusou os jornalistas envolvidos de violarem a “sagrada confiança” do público.

Um porta-voz das emissoras administradas pelos EUA, Joe O´Connell, negou qualquer irregularidade e afirmou que os jornalistas simplesmente foram pagos por suas contribuições e seu conhecimento a respeito da política cubana.

Há muito tempo o governo cubano acusa os EUA de pagarem jornalistas para promover mudanças políticas na ilha.

Desentendimento com Fidel

Em julho, houve um desentendimento na Argentina entre Fidel Castro e o repórter Juan Manuel Cao, do canal de língua espanhola 41, de Miami. Cao pressionou o líder cubano a das explicações sobre uma dissidente que foi proibida de deixar Cuba para visitar o filho na Argentina.

Na ocasião, Fidel Castro perguntou a Cao se alguém estava lhe pagando para fazer a pergunta. Agora, Cao admitiu que recebe pagamento do governo americano, segundo a reportagem do Miami Herald.”Não há nada de suspeito nisso. Eu faria de graça, mas as regras não permitem. Eu cobro um preço simbólico, abaixo do valor de mercado”, disse.

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