Compra de fitas

OAB-DF deve avaliar reclamação contra supostos advogados do PCC

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19 de maio de 2006, 20h31

Como o crime teria ocorrido em Brasília, no Congresso Nacional, quem tem de analisar a questão é a seccional do Distrito Federal da OAB. Este foi o argumento da seccional paulista para enviar a representação da CPI do Tráfico de Armas contra os dois supostos advogados o líder do Primeiro Comando da Capital, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, para a OAB-DF.

Os advogados Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado são acusados de comprar fita com a gravação do depoimento reservado do diretor do Deic — Departamento Estadual de Investigações Criminais, Godofredo Bittencourt, e do delegado de Roubos e Bancos do Deic, Ruy Ferraz Fontes.

A reclamação contra os advogados foi enviada pela CPI para o Conselho Federal da OAB na quinta-feira (18/5) e encaminhada em seguida para a seccional paulista.

“Considerando a esfera de competência definida pelo Estatuto do Advogado, outorgando poderes para punir disciplinarmente o Conselho Seccional onde a infração foi cometida, o Tribunal de Ética e Disciplina de São Paulo, tão logo recebeu o pedido da CPI, fez uma análise à luz do Estatuto e remeteu nesta data (19/5) o procedimento para a seccional do Distrito Federal para atender as providências solicitadas pela CPI, uma vez que a suposta infração ocorreu em Brasília”, afirmou o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso.

Sob suspeita

Segundo depoimento do funcionário da Câmara dos Deputados Arthur Vinícius Pilastres Silva, os advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado compraram dele, por R$ 200, cópia das declarações feitas em reunião secreta.

Para a CPI, os dois advogados cometeram corrupção ativa e formação de quadrilha. O relator da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou que os dois advogados não estavam exercendo a advocacia, mas “são parte integrante do PCC”. Arthur Vinicius trabalhou por três anos para uma empresa terceirizada que presta serviços de som à Câmara. Foi demitido na semana do dia 8 de maio.

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