Reunião da Varig terá representante do Ministério da Fazenda
6 de maio de 2006, 18h30
A Superintendência de Seguros Privados do Ministério da Fazenda terá representante na assembléia de credores que nesta segunda-feira (8/5), no Rio de Janeiro, decide se a Varig será dividida em duas empresas: uma doméstica, que posteriormente irá a leilão, e outra internacional, que permaneceria com as dívidas e em recuperação judicial.
O órgão estatal é o segundo maior acionista da companhia aérea, depois da Fundação Ruben Berta. Chegou a ter US$ 42 milhões em papéis da companhia, traduzidos no controle de 8,7% das ações. Hoje, com o abalo da Varig, o valor é menor, porém, significativo.
A presença da Susep num negócio atípico é fruto das circunstâncias. Ou melhor, de uma outra crise comercial. O órgão ganhou essas ações com a intervenção que fez na Interunion Capitalização, a empresa administradora da Papa-Tudo, em 1996.
Lançado três anos antes, a loteria teve crescimento meteórico graças aos consumidores de baixa renda, ávidos pelas cartelas que custavam R$ 3.
Em 1995, ano que o jornalista Roberto Marinho saiu do negócio, do qual foi fundador junto com o banqueiro Arthur Falk, o Papa-tudo faturou cerca de R$ 360 milhões.
René Garcia, superintendente da Susep, disse a revista Consultor Jurídico, neste sábado (6/5), que um escritório de advocacia, nomeado pelo liquidante do Interunion, terá voz na reunião de segunda-feira. Seu papel será assegurar que a solução adotada represente melhor os interesses da Superintendência.
O valor que a Susep pode ganhar nessa transação é fundamental. Afinal, conforme adiantou Garcia aos nossos leitores, fica pronto agora em junho a relação de todos os credores do Papa-Tudo. “Montar esse quadro foi difícil, pois eram muitos os investidores. Com esse primeiro e grande passo, creio que poderemos ainda este ano começar a restituir quem aplicou nesse título de capitalização.”
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