Justiça americana

Morre presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos

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4 de setembro de 2005, 14h44

William H. Rehnquist, presidente da Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos, morreu neste sábado (3/9), aos 80 anos. Rehnquist sofria de câncer na tireóide, diagnosticado em outubro de 2004, mas continuou no cargo, até o agravamento da doença, ocorrido nos últimos dias.

Com a morte de Rehnquist, abre-se uma segunda vaga na mais alta corte de Justiça americana. A outra vaga foi aberta com a renúncia da juíza Sandra O´Connor. Cabe ao presidente dos Estados Unidos indicar e ao Senado aprovar os nomes dos integrantes da corte. O cargo é vitalício. Para o Lugar de O’Connor, o presidente George Bush indicou John Roberts. Sua aprovação começa a ser analisada pelo Senado na próxima terça-feira.

Rehnquist foi indicado para a Suprema Corte pelo presidente Richard Nixon em 1971, quando tinha 47 anos. Em 1986, o presidente Reagan, tão republicano e conservador quanto Nixon, o nomeou para presidir a Corte, onde desempenharia um dos mais longos e influentes mandatos. Ao longo de seu período à frente da Suprema Corte, Rehnquist comandou o processo de impeachment movido contra o presidente Bill Clinton em 1999 e ajudou a definir a eleição presidencial de 2000, dando a presidência ao republicano e ultra-conservador George Bush na conturbada disputa com o democrata Al Gore.

Cabe à Suprema Corte fazer a interpretação da Constituição dos Estados Unidos, sendo chamada a tomar decisões em temas como o direito ao aborto, o direito à privacidade na internet e os direitos das minorias. Por conta disso, o equilíbrio entre as diferentes visões políticas dentro da Corte – tradicionalmente dividida entre juízes “conservadores” e “liberais” – é acompanhada com atenção por analistas.

Renquist era considerado de tendência conservadora, enquanto O’Connor segue a linha moderada. É a primeira vez, em três décadas, que um presidente americano tem a oportunidade de indicar dois juízes ao mesmo tempo para a Suprema Corte. Para o presidente Bush trata-se de uma grande oportunidade para estender ao Judiciário suas tendências conservadoras. Pelo que se pode saber, Roberts, o indicado para ocupar a vaga de Sandra O’Connor, tem idéias muito mais próximas das do presidente do que das de sua antecessora na Suprema Corte.

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