Guerra de palavras

Advogado diz que juiz desonesto é salafrário mesmo

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7 de outubro de 2005, 19h13

O ex-presidente do Conselho Federal da OAB — Ordem dos Advogados do Brasil Reginaldo de Castro respondeu ao protesto da Anamatra e da Ajufe e sustentou que quem trai a confiança da cidadania é salafrário, seja juiz ou advogado. As duas entidades afirmaram que o advogado ofendeu os juízes durante a 21ª Conferência Nacional dos Advogados, em Florianópolis, quando supostamente teria se referido aos juizes como salafrários. .

Em nota enviada à Consultor Jurídico e às entidades, Castro explicou que, ao usar o termo “salafrários”, se referia aos juízes desonestos, e citou exemplos, como o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto e João Carlos da Rocha Matos, juiz condenado e preso.

O advogado ainda alegou que não qualificaria a expressão como “chula”, termo usado pela Ajufe e Anamatra. “Confesso que a acho adequada para qualificar todos os que, magistrados ou advogados, traem a confiança da cidadania.”

Leia a íntegra da carta que Reginaldo de Castro enviou para a Ajufe e Anamatra.

“Não poderia deixar de comunicá-lo pessoalmente que, na matéria que acompanha a divulgação da nota conjunta da Ajufe/Anamatra, sobre manifestação que fiz por ocasião da Conferência da OAB, há uma afirmação inicial que jamais fiz.

Em momento algum classificaria os magistrados de salafrários, como consta da matéria.

Disse, sim, ao discorrer sobre a resistência de certos setores da magistratura contra o CNJ, que julgo ultrapassado o tratamento dispensado às autoridades judiciárias e às suas decisões.

Acrescentei que chamar de “veneranda” uma decisão proferida por um juiz salafrário seria praticar vassalagem inaceitável.

Referia-me, é claro, aos magistrados desonestos que mancham gravemente o conceito de todos os que atuam no Poder Judiciário. Não citei nomes por achar desnecessário, mas poderia mencionar Rocha Matos, Nicolau, apenas para exemplificar.

Dei esta explicação por telefone ao Assessor de Imprensa desta Associação, quando fui por ele interpelado às 10 horas da noite de segunda feira em minha residência.

Não é, pois, correta a notícia. Tenho certeza que tanto a Ajufe, quanto a Anamatra, não sairiam em defesa de ex-juízes ou juízes, desenganadamente corruptos.

De outra parte, a expressão salafrário não é, a meu sentir, chula. Seu uso é corrente na literatura brasileira. Confesso que a acho adequada para qualificar todos os que, magistrados ou advogados, traem a confiança da cidadania.

Por fim, para que a verdade seja restabelecida, peço-lhe que democraticamente permita a divulgação deste esclarecimento.

Atenciosamente,

Reginaldo Oscar de Castro.

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