Quinta-feira, 22 de janeiro.

Primeira Leitura: Copom mantém taxa de juros em 16,5% ao ano.

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22 de janeiro de 2004, 10h57

Minas na cabeça?

O favorito do dia para ocupar o novo superministério social, ontem, era o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG). O presidente Lula recebeu, no Planalto, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Ambos apoiaram Patrus.

Interesses regionais

A nomeação do deputado resolveria a disputa interna do PT para a eleição municipal em Belo Horizonte, já que tanto ele quanto Pimentel querem se candidatar.

Rumo a 2006

Esse acerto entre Patrus, Aécio e Pimentel seria o começo de uma articulação entre PT e PSDB de Minas, com vistas à eleição de 2006. Aécio será candidato à reeleição.

Reuniões

O ministro Tarso Genro (Desenvolvimento Econômico e Social), outro cotado para o superministério, também se reuniu com Lula. Depois do encontro, Tarso disse que tem um trabalho importante pela frente no Conselho e deu a entender que não assumirá o novo ministério.

Os “caídos” – 1

O presidente recebeu ainda os ministros José Graziano (Segurança Alimentar) e Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia), em encontros separados. Graziano deve perder o cargo com a criação do superministério, que absorverá a sua Pasta, e deu sinais de estar conformado.

Os “caídos” – 2

Lula aceitou oficialmente o pedido de demissão de Amaral, que deve ser substituído pelo líder do PSB na Câmara, Eduardo Campos (PE). Miro Teixeira (Comunicações) já falou ontem como ex-ministro: “Estou aqui aguardando o substituto”. A pasta ficará com o PMDB.

Os caídos – 3

O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, que também deve perder o cargo, manteve silêncio ontem. Outras forças tentavam reverter sua demissão (veja última nota).

Dia D

Na sexta, às 10h da manhã, Lula se reúne com peemedebistas e com o ministro José Dirceu (Casa Civil). Em seguida, deve anunciar a nova equipe de governo.

Pis stop

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa de juros em 16,5% ao ano. De novo, em nome do monitoramento da inflação. Explicou que haverá uma suspensão “temporária” do processo de redução da taxa de juros. Essa coluna bem que avisou, na edição passada, que o mercado já discutia a hora do pit stop dos cortes de juros.

Enquanto isso…

A folha de pagamento da indústria encolheu 5,3% no acumulado de janeiro a novembro do ano passado, informou o IBGE ontem. Isso é que é retomada!

Assim falou… Gilberto Gil

“Aqui eu vejo, eu escuto, eu sinto uma celebração planetária da espécie humana. Uma concentração poderosa de diversidade étnica, social e política que abraça a humanidade e representa sua principal conquista.”

Do ministro brasileiro da Cultura, no encerramento do Fórum Social Mundial, na Índia, evento que, por falta de propostas e desta vez também de verbas, acabou esvaziado neste ano.

Fábulas petistas

Um grupo de aposentados fez uma passeata na manhã de ontem, no Centro de São Paulo, pelo dia nacional da categoria — que na verdade é comemorado em 24 de janeiro — e em apoio ao ministro da Previdência Ricardo Berzoini. Depois da caminhada, os manifestantes se reuniram na Quadra dos Bancários, espaço usado para eventos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, do qual Berzoini foi presidente. Ele deve perder o cargo para o PMDB, na reforma ministerial, e segue com baixa cotação para assumir o superministério social que o governo deve criar. Berzoini está desgastado por causa do episódio do recadastramento dos nonagenários. E obviamente por isso, e também por conta da impopular reforma da Previdência, o ministro não tem apoio amplo dos aposentados, especialmente os do serviço público.

Ocorre que uma parte da CUT controla a diretoria dos tais sindicatos, associações e federações da “categoria”. E com esses aparelhos em mãos, faz sua política de momento. Na terça, a Federação dos Aposentados e Pensionistas de Minas e a Confederação Nacional dos Aposentados e Pensionistas já haviam saído em defesa de Berzoini. E ontem o presidente do PT, José Genoino, disse que encaminhará ao presidente Lula o pedido feito pelo presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da CUT, Wilson Ribeiro, de que Berzoini permaneça no cargo.

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