Eleitoralista Alberto Rollo morre em São Paulo aos 71 anos
8 de janeiro de 2017, 11h53
O advogado Alberto Lopes Mendes Rollo, especialista em Direito Eleitoral, morreu neste sábado em São Paulo. Ele tinha 71 anos e estava afastado de sua banca, Alberto Rollo Advogados Associados, para tratamento de saúde. O enterro ocorreu neste domingo (8/1), no Cemitério da Araçá, em São Paulo. Deixa a mulher Janine e os filhos Alberto, Arthur e Alexandre, também advogados.
Atuante desde 1969, Alberto Rollo se formou em Direito pela Faculdade Católica de Direito de Santos. Também cursou Economia e Administração de Empresas na Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
É um dos idealizadores da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-SP, já foi professor universitário; vice-presidente da Comissão Nacional de Direito Eleitoral do Conselho Federal da OAB; Presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas dos advogados e conselheiro da seccional de São Paulo da OAB.
Escreveu mais de 15 livros, entre eles: Comentários às Eleições de 1992; Legislação para as Eleições de 1994; Inelegibilidade à Luz da Jurisprudência; Comentários à Lei 9.100/95; Comentários à Lei Eleitoral 9.584/97; Comentários à Lei Eleitoral 9.504/97; Na defesa das prerrogativas do advogado; Propaganda Eleitoral – teoria e prática; O advogado e a administração pública, entre outros.
Nos tribunais, já representou políticos como ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD) e o presidente Michel Temer (PMDB). Também integrou, em 2013, junto com Ives Gandra Martins e Dalmo Dallari, uma comissão de notáveis para analisar as propostas de uma reforma política.
Em nota, o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, lamentou a morte do advogado. "Querido amigo e combativo colega, que foi presidente da Comissão de Prerrogativas e conselheiro secional da OAB-SP na gestão de Rubens Approbato Machado. Deixa como legado as suas lições de direito eleitoral e uma família de advogados que seguem os seus passos na área, sua esposa Janine Rollo e os filhos Alberto, Arthur e Alexandre Rollo, conselheiro Secional e presidente da Comissão de Relacionamento com o Poder Legislativo da OAB-SP".
O eleitoralista Anderson Pomini, secretário de Negócios Jurídicos da cidade de São Paulo, também lamentou a morte do colega. "A advocacia perde um grande líder e certamente o maior eleitoralista de todos os tempos. Amigo, professor, humilde, homem de caráter é exemplo a ser seguido. Sempre levarei o entusiasmo de Alberto Rollo em minhas missões".
Defensor da especialização
Em entrevista à ConJur, em 2013, ele defendeu a especialização da Justiça Eleitoral, que é formada atualmente por magistrados de outras áreas durante os períodos eleitorais. "É preciso ter cada vez mais gente especializada na Justiça Eleitoral. O Direito Eleitoral só agora está sendo implantado como curso nas faculdades."
"É ilusão pensar que a Justiça Eleitoral trabalha três meses antes da eleição e três meses depois. Ainda não estão julgados todos os processos de 2012, por exemplo. A Justiça Eleitoral não está conseguindo julgar. No meu tempo os julgamentos ia até 4h ou 5h. Para começar no dia seguinte cedo. Não digo às 10h, mas às 13h. E era todo dia seguido e ia até de madrugada, o que fazia com que os prazos fossem cumpridos. Porque não adianta colocar na resolução do Tribunal Superior Eleitoral que os tribunais regionais eleitorais devem julgar até final de agosto e tudo deve estar julgado até 20 de setembro no TSE", afirmou.
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