Segurança nacional

Vazamento ao WikiLeaks pode afetar imprensa dos EUA

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19 de julho de 2013, 10h20

O desfecho do julgamento militar de Bradley Manning, soldado norte-americano que vazou milhares de documentos para o site WikiLeaks, pode representar também um capítulo importante para o futuro da imprensa livre. Essa é a opinião de especialistas que aguardam a decisão da coronel Denise Lind, que preside a corte militar, sobre as acusações de ajuda ao inimigo, espionagem, roubo à propriedade do governo e “publicação devassa” — quando material sensível é divulgado sem levar em conta os riscos à nação. As informações são de Alexa O’Brien, da Agência Pública.

David Coombs, advogado de defesa civil, alega que os promotores não conseguiram provar que Manning sabia que a organização al Qaeda ou qualquer outro inimigo dos Estados Unidos utilizaram a WikiLeaks a seu favor. Esse é um ponto importante, porque a Promotoria já apontou que se algum jornal ou revista tivesse recebido os documentos, a situação seria a mesma. A defesa afirma ainda que, à época do vazamento, o site comandado por Julian Assange era uma organização jornalística respeitável.

No total, Manning responde a 22 acusações, que podem ocasionar pena de prisão perpétua ou até 149 anos em prisão militar. Na semana passada, o professor Yochai Benkler, co-diretor do Centro Berkman para Internet e Sociedade, da Faculdade de Direito de Harvard afirmou que a condenação de Manning por ajudar o inimigo atingiria diretamente a imprensa livre, pois desestimularia a boa vontade de pessoas bem-intencionadas, mas sem coragem infinita de fazer revelações.

A condenação — apontou ele durante a audiência — faria com que qualquer divulgação de dados ou documentos configurasse ajuda ao inimigo, e comprometeria o jornalismo investigativo baseado em vazamentos, uma tradição da imprensa dos Estado Unidos.

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