Exército de paralegais

Podval diz que OAB deve agregar bachareis

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20 de abril de 2012, 19h43

Cerca de 400 pessoas estiveram na noite da última quarta-feira (19/4) no tradicional Club Homs, na avenida Paulista, para a festa de lançamento da pré-candidatura de Roberto Podval à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo. O discurso martelado por convidados foi o de que aquela é a “única candidatura realmente de oposição”, uma vez que todos os outros candidatos já ocuparam cargos na OAB-SP em alguma das gestões de Luiz Flávio Borges D’Urso no comando da seccional.

O fato de nunca ter ocupado qualquer posição na Ordem foi motivo de orgulho de Podval em seu discurso. “Os outros candidatos acabam sendo farinha do mesmo saco”, disse o criminalista, em frente à projeção que mostrava cenas de entrevistas coletivas que concedeu quando advogou para o casal acusado de matar a menina Isabella Nardoni e a inscrição "minha voz na OAB".

Podval propôs, em sua fala, incluir bacharéis reprovados no Exame de Ordem, em um setor específico da OAB, ou com uma carteira diferente. “Temos uma bomba-relógio prestes a explodir, pois, a cada Exame de Ordem, 85% das pessoas são reprovadas. Em pouco tempo, teremos mais ‘paralegais’ do que advogados.”

A ideia, diz o candidato, é fazer com que esse exército possa aderir à Ordem, antes que essa pessoas se organizem e decidam entrar em conflito com a entidade. “Podemos criar uma carteirinha de bacharel, exigir que concursos públicos peçam a filiação, algo a ser discutido, mas que traga essas pessoas à OAB”, explica Podval.

O único concorrente na disputa pelo cargo de presidente da OAB-SP citado nominalmente no evento foi o criminalista Alberto Toron, alfinetado pelo advogado Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira. “A oposição não está rachada, pois essa é a única oposição. O Alberto Toron estava na OAB e saiu por oportunismo absoluto”, disse o apoiador, convidado a discursar no evento.

No coquetel, discursou também o presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo, Carlos Duarte. O sindicalista disse que a associação decidiu apoiar Podval, principalmente pelo compromisso dele com os Direitos Humanos. O criminalista também foi apoiado publicamente pelos advogados do Movimento pela Defesa da Advocacia, entidade da qual é fundador.

Em sua fala, Podval brincou com a pergunta que diz ser a primeira a responder a qualquer jornalista: “Que lideranças estão te apoiando?”. A resposta para isso ele deu logo: “São os meus amigos, os advogados que eu conheço, os grandes escritórios aos quais eu tenho ido para conversar sobre a campanha”.

Um afago a esses grandes escritórios foi feito no momento em que o criminalista disse haver “um movimento estranho no ar”, em que escritórios estrangeiros estão mobilizando grupos, inclusive injetando dinheiro em campanhas, para garantir a abertura do mercado da advocacia brasileira. Podval foi aplaudido quando firmou o compromisso de manter as portas fechadas às bancadas internacionais.

Entre suas promessas de campanha, figurou a já feita em entrevista à ConJur, de não permitir a reeleição na OAB, e a de discutir com a Defensoria Pública a situação dos advogados dativos e o convênio com a Ordem.

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