Agressão em entrevista

Humorista recebe indenização de apresentador

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19 de novembro de 2010, 17h26

O humorista Rodrigo Scarpa, o repórter Vesgo do programa "Pânico na TV", da Rede TV!, recebeu indenização de quase R$ 45 mil do apresentador Netinho de Paula. A juíza Maria Luiza de Oliveira Sigaud, da 45ª Vara Cível do Rio de Janeiro, condenou o apresentador a indenizar Vesgo, que moveu o processo após levar um soco na orelha durante entrevista com o cantor. As informações são da Folha Online.

De acordo com advogados do escritório de Sylvio Grande Guerra Junior, que defendeu o humorista, o valor foi pago pelo apresentador. A Folha tentou contato com a assessoria de Scarpa para comentar o caso, mas não obteve retorno. O mesmo aconteceu com a assessoria de Netinho de Paula.

Na decisão, publicada em maio de 2009, a juíza afirma que Vesgo foi "inexplicavelmente agredido" por Netinho, durante entrevista, no evento "Troféu Raça Negra", em novembro de 2005. "Conforme documentação apresentada, não seria a primeira vez que o réu agredia alguém. Após a agressão, o autor teve que interromper o trabalho e seguir para uma clínica onde recebeu tratamento médico adequado. Em seguida, registrou o crime de lesão corporal em uma delegacia", escreveu a juíza.

Ainda segundo a decisão, Netinho continuou a "humilhar e ameaçar" Vesgo em rede nacional, "no programa de televisão da apresentadora Sonia Abrão", veiculado pela Rede Record, exibido no dia seguinte. Segundo os documentos, o humorista ainda teve sequelas da agressão por alguns dias, ficando com a audição prejudicada.

"A conduta do réu revela um descontrole que beira uma patologia psíquica, e um total destemor em relação às consequências de seus atos. Procedimento que também se mostra pela sua inércia em atender ao comando judicial, agindo como se estivesse acima do bem e do mal", diz a sentença.

"É de conhecimento de todos que o programa intitulado ‘Pânico na TV’ peca por exagerar nas brincadeiras e piadas feitas quando os artistas são abordados e entrevistados. Entretanto, no caso em exame não houve qualquer brincadeira de mau gosto capaz de gerar no réu [Netinho] tamanho ódio a ponto de levá-lo a agredir covardemente o autor, e a continuar a ameaçá-lo em posteriores apresentações na televisão", afirmou.

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