Médico espião

Senado italiano aprova lei contra imigração ilegal

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6 de fevereiro de 2009, 7h00

O Senado da Itália aprovou nesta quinta-feira (5/2) a polêmica Lei de Segurança, que permite médicos denunciarem imigrantes ilegais. A votação foi apertada com 156 votos a favor e 132 contra. A oposição disse que a lei é racista.

A legislação ainda precisará ser aprovada na Câmara. A lei ainda legaliza as "patrulhas padanas", grupos de cidadãos que poderão vigiar as ruas das cidades. Walter Veltroni, líder do Partido Democrático, o maior de esquerda, disse que "a ideia dos médicos policiais é desumana e racista". A central sindical CGIL disse que estuda convocar um movimento de desobediência civil, como informa agências internacionais de notícia.

Segundo a lei, o estrangeiro que entra na Itália ou permanece no país de maneira clandestina comete um crime. Para ter a permissão de se estabelecer no país, o estrangeiro deverá pagar uma taxa entre € 80 e € 200. Entre os artigos aprovados há um que prevê prisão de até quatro anos para os imigrantes ilegais que não obedeceram à ordem de expulsão.

O projeto foi apresentado pela Liga do Norte, partido de direita que faz parte da coalizão de governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Cerca de quatro milhões de estrangeiros vivem atualmente na Itália. Estima-se que pelo menos 350 mil estejam em situação clandestina.

A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) fez nos últimos dias uma campanha de protesto sob o lema somos médicos e não espiões.

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