Confundido com terrorista

OAB condena assassinato de brasileiro no metrô de Londres

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25 de julho de 2005, 11h52

O presidente nacional da OAB, Roberto Busato, condenou o assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes, pela polícia inglesa, no metrô de Londres, na sexta-feira (22/7). O brasileiro foi confundido com um terrorista e teria fugido da polícia quando foi abordado porque estaria com o visto vencido.

Menezes levou cinco tiros na cabeça. Ele recebeu ordem de prisão da polícia britânica, que alegou que o brasileiro trajava “roupas suspeitas”. Segundo testemunhas, ele saltou as catracas do metrô e correu pela plataforma, seguido por cerca de 20 policiais à paisana. Ele foi morto dentro do metrô, na linha Northern.

Para Busato, o assassinato revela os perigos de uma polícia onde “atira-se primeiro, pergunta-se depois. Matam-se inocentes e, a seguir, apenas lamenta-se a tragédia”.

Em nota oficial, Busato lembra as “prisões pirotécnicas e arbitrárias da Polícia Federal” do Brasil, afirmando que os atos da polícia de Londres como a PF do Brasil são um “verdadeiro desrespeito à integridade física e moral do cidadão”.

Leia a íntegra da nota

O assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes, pela polícia inglesa, no Metrô de Londres, confundido com um terrorista islâmico, mostra os riscos e danos morais de um Estado policial.

Atira-se primeiro, pergunta-se depois. Matam-se inocentes e, a seguir, apenas lamenta-se a tragédia. Suspendem-se direitos e garantias individuais. Cria-se ambiente de pânico e insegurança coletivos. Agride-se o Estado democrático de Direito.

Também por isso a Ordem dos Advogados do Brasil condena o festival de prisões pirotécnicas e arbitrárias da Polícia Federal, com propósitos flagrantemente políticos. Invadem-se escritórios de advocacia, violando prerrogativas que são da cidadania – e não apenas do advogado. Um verdadeiro desrespeito à integridade física e moral do cidadão.

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