Auxiliar acusado por mortes no Salgado Filho continuará preso
28 de setembro de 1999, 0h00
Acusado de matar pacientes em seu plantão no Hospital Salgado Filho, no Rio de Janeiro, o auxiliar de enfermagem Edson Isidoro Guimarães, continuará preso. O Superior Tribunal de Justiça negou o seu pedido de habeas corpus.
Isidoro Guimarães foi preso em flagrante, no início de maio, acusado pela morte de quatro pacientes. À época, ele confessou que teria matado cinco pessoas, mas estimava-se que seria o responsável pela morte de mais de cem pacientes.
Guimarães contou, em depoimento e em diversas entrevista à imprensa, que aplicava injeções letais (ampolas com 10 ml de cloreto de potássio) ou retirava a máscara de oxigênio dos pacientes para amenizar seu sofrimento. Também foi levantada a hipótese que o auxiliar estaria recebendo dinheiro de funerárias para praticar os crimes.
Segundo a defesa de Guimarães, o flagrante foi preparado, já que tudo partiu de uma reunião com autoridades policiais na véspera de sua prisão. Alega também que o auxiliar confessou os crimes por medo de “desaparecer para sempre”, sendo agredido por policiais.
O advogado pleiteava o relaxamento de sua prisão, alegando também a nulidade do depoimento de Cátia Rodrigues – que o havia acusado perante as autoridades – na primeira audiência. Ele afirmava que o juiz teria apenas lido o depoimento prestado na delegacia para que ela negasse ou confirmasse.
O relator do processo, ministro Edson Vidigal, acolheu o parecer do Ministério Público Federal, que considerou o depoimento de Cátia válido, pois o que a lei proíbe é que a testemunha o leve por escrito.
Quanto ao flagrante, o parecer afirmou ter havido tão somente uma situação de vigilância para verificar as suspeitas de que o auxiliar de enfermagem era o responsável pelas mortes que vinham ocorrendo no hospital exatamente no seu horário de trabalho (HC 10.385).
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