Ex-ministro Rezek vai advogar com Ives Gandra Martins
29 de abril de 2006, 7h00
A partir da próxima terça-feira (2/5), o escritório de advocacia de Ives Gandra Martins, nos Jardins, em São Paulo, inaugurado em 1957, ganha um reforço de peso. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro das Relações Exteriores, José Francisco Rezek, entrou de sócio na conceituada banca, que passará a se chamar Gandra Martins e Rezek.
Após nove anos no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, onde foi juiz, Rezek reinicia atividades profissionais no Brasil, após trabalhar fundamentalmente no setor público.
A chegada do ilustre sócio reforçará a atuação da banca no contencioso arbitral, uma das funções que Rezek exerceu até há pouco na Europa. Isso, no entanto, não afasta o escritório de sua principal marca, a de concentrar atuação junto aos tribunais superiores, a de atuar na área de pareceres, abraçando causas de grande revelância. Ali, hoje, há 15 profissionais, sendo nove os sócios integrais.
Com o experiente advogado mineiro Gandra ainda retomará um velho hábito. Ou seja, o de voltar a discutir com o seu principal sócio, a partir da semana que vem, todos os aspectos jurídicos, econômicos, políticos e sociais das propostas de trabalho que recebe.
Tal prática ocorreu ao longo de décadas, quando o tributarista teve como parceiro Henry Tilbery, um experiente juiz militar tcheco-eslovaco. Fugido da II Guerra Mundial, Tilbery passou por Londres e depois fixou residência no Brasil. Aqui representou os interesses de seu país, após os aliados derrotarem as tropas de Adolf Hitler.
Um outro aspecto curioso é que a sociedade assegurará o futuro do clássico escritório. Na banca, há 17 anos, trabalha o filho de Gandra, Rogério. E também está ali, há sete anos, o filho de Rezek, Francisco José. Após dez anos de considerável distância geográfica, ambos estarão a poucos metros um do outro, diariamente.
Quem é
José Francisco Rezek nasceu em Cristina, Minas Gerais, em 18 de janeiro de 1944. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (1966). Em 1972, mediante concurso, ingressou na carreira de procurador da República, alcançando o posto de subprocurador-Geral da República em setembro de 1979.
Em sua carreira ostenta o raro privilégio de ter sido nomeado duas vezes para o Supremo Tribunal Federal. Em 1983, substituiu o ministro Xavier de Albuquerque, que se aposentou. Pela função, coube a ele presidir oTribunal Superior Eleitoral entre 1989 e 1990 e dirigir a primeira eleição presidencial depois de 25 anos de regime militar.
Renunciou nesse mesmo ano ao cargo de ministro do STF para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1992, foi novamente nomeado ao STF, aposentando-se em 1997, quando foi eleito para um mandato de nove anos no Tribunal Internacional de Justiça (Corte de Haia), principal órgão Judiciário das Nações Unidas, com sede nos Países Baixos.
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