Carta de Princípios é necessária para gestão de pessoas
6 de setembro de 2013, 8h00
Nele falamos acerca das pessoas, suas expectativas, comportamentos, vocações, percepções, sentimentos, racionalidade, crenças, potenciais, afetos, relacionamentos, ações, reações e por aí afora. O indivíduo, embora único, é um universo vasto e complexo.
Na ótica da administração da pessoa jurídica, abordam-se as estratégias, práticas e técnicas para dar sentido, para tornar viável e produtivo o convívio dos homens dentro das organizações. Recrutar, selecionar, remunerar, avaliar, treinar, desenvolver, planejar carreiras, liderar, estruturar tarefas e responsabilidades, comunicar, motivar, dentre outros, são encargos deste campo.
A coexistência das pessoas no local de trabalho, físico ou virtual, nos dá a formação do ambiente organizacional, cenário no qual se realiza a gestão de pessoas. Pode-se dizer que o ambiente é uma parte importante da personalidade da organização. E como tal merece e precisa ser conhecido com clareza.
Como poderia ser possível praticar uma boa gestão de pessoas, sem que estas tenham claro conhecimento da personalidade da pessoa jurídica — organização — com a qual convivem intensamente, dia após dia?
Daí, a importância das organizações formularem e praticarem uma Carta de Princípios, contendo a sua “Visão, Missão e Valores”. É um exercício sério de autoconhecimento e afirmação da organização, cujo resultado será conhecido pela sua equipe de colaboradores e se propagará pelo mundo, leiam-se clientes, fornecedores, acionistas, parceiros, comunidade etc.
Recomendo que na formulação desta carta, sejam observados os seguintes conceitos e parâmetros:
Visão
— A Visão mostra o que se quer ser, aonde se quer chegar.
— Como a organização quer ser vista por si mesma e pelo mundo.
— É compacta, fácil de ler, entender e memorizar.
— Identifica a organização (lembre-se: personalidade é o que faz uma pessoa ser diferente de todas as outras).
— Revela o espírito da organização, seu desejo e propósitos mais relevantes.
— Descreve a situação escolhida para o futuro, visualizável em determinado espaço de tempo.
— É atingível, desafiadora, imperativa e vai além do que é confortável.
— A Visão é uma bússola, que orienta, inspira, inclusive nos momentos mais difíceis.
Missão
— A Missão é o que se faz ou se deve fazer para alcançar a Visão.
— É compacta, fácil de ler, entender e memorizar.
— Pode ser composta por vários itens.
— Mostra as ações (verbos no infinitivo), atividades e preceitos – chave da organização.
— A Missão revela o caminho que a organização percorre para atingir a sua Visão e definirá os seus padrões de qualidade.
Valores
Características básicas e marcantes da personalidade organizacional que ao mesmo tempo definem a amplitude e os limites éticos das ações da Missão e do ideal da Visão. Eis alguns exemplos de valores organizacionais:
Ambição | Criatividade | Harmonia Interior | Prosperidade |
Arrojo | Desafio | Imagem | Razão |
Bem Estar | Determinação | Integração | Realização |
Competência Técnica | Diplomacia | Integridade | Reconhecimento |
Competitividade | Disponibilidade | Intelectualidade | Reflexão |
Comunicação | Espontaneidade | Legalidade | Respeito |
Conhecimento | Estabilidade | Objetividade | Segurança |
Consenso | Estética | Ordenação | Sustentabilidade |
Cooperação | Expansão | Persistência | Tolerância |
Cordialidade | Governança | Poder | Tradição |
A criação da Carta de Princípios é, com o perdão da redundância, trabalho trabalhoso, mas, no entanto, muito compensador e revelador. Mas, lembremo-nos, estamos falando das organizações, das pessoas jurídicas, não naturais.
Então, estendo aqui o convite que sempre realizo nos trabalhos de coaching e orientação de carreira, para que as pessoas — estas naturais — formulem a sua própria Carta de Princípios. Afinal, no exercício do papel profissional, nós, pessoas, temos Visão, Missão e Valores que praticamos. E não somos, nem podemos ser, apenas currículos ambulantes a viver no ambiente organizacional.
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