Sem golpe

Conselho Jurídico da Fiesp legitima mandato de Josué Gomes

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22 de janeiro de 2023, 14h01

Os principais integrantes do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos e Legislativos da Fiesp assinaram documento que assegura a legitimidade do comando de Josué Gomes da Silva na entidade.

Geraldo Magela/Agência Senado
O dirigente empresarial enfrenta a oposição interna do setor de sindicatos que — sem associados que os sustentem e com o fim do imposto sindical — vivem de verbas indevidas desviadas da entidade. Essa espécie de "centrão sindical" consiste na barganha votos em troca do dinheiro na federação.

Depois que assumiu a presidência da Fiesp, Josué suspendeu os repasses com que seu antecessor, Paulo Skaf, construiu sua base eleitoral — que agora tenta destituir Josué, o sucessor.

A situação dos chamados "sindicatos de papel" é crítica. Muitos deles foram criados no passado para poder indicar juízes classistas na Justiça do Trabalho. Com o fim do imposto sindical, as entidades fictícias — que deveriam ter sido extintas — não puderam sequer demitir os empregados mais antigos, por falta de dinheiro. E passaram a ser financiadas pela federação.

Mesmo entre seus aliados, onde estão os sindicatos mais representativos da entidade, considerou-se imprudente não criar regra de transição para os falsos sindicatos. A herança de Skaf não ficou por aí. O ex-presidente, vedete bolsonarista, empregou na federação três generais e um coronel, todos da reserva, para funções desconhecidas, que se juntaram aos descontentes na tentativa do golpe sindical.

A nota do Conselho Superior da Fiesp evitou a caracterização política de bolsonaristas X lulistas que a imprensa tem invocado. Não por acaso. A verdadeira disputa é pelo propinoduto da Fiesp (veja errata ao final do texto).

Veja a Nota do Conjur e seus signatários:

Exmo. Sr. Josué Gomes da Silva
DD. Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP

Senhor Presidente: Os signatários, que integraram o Conselho Superior Jurídico da FIESP em 2022, primeiro ano de seu mandato à frente desta Federação, identificados com o Estado de Direito e com a Democracia, manifestam sua preocupação com as tentativas de sua deposição da presidência da FIESP por alegações fúteis que parecem ocultar propósitos de mera disputa de poder, em violação de mandato estatutário. Expressam seu apoio a Vossa Excelência, de quem só receberam palavras, gestos e exemplos de fé nas instituições, de crença na liberdade e na livre iniciativa e de atuação socialmente responsável, sempre em defesa dos interesses da indústria e do Brasil.

São Paulo, 20 de janeiro de 2023.

(seguem os nomes por ordem alfabética)

Alberto Zacharias Toron
Alexandre Jobim
Aloisio Lacerda Medeiros
Arthur Badin
Beatriz de Almeida 
Caio Rocha
Celso Cintra Mori
Cesar Asfor Rocha
Claudia Mansani Queda de Toledo
Clovis de Gouveia Franco
Daniela Ribeiro Pimenta Valbão
Daniela Teixeira
Durval Figueira Filho
Edgard Silveira Bueno Filho
Eduardo Almeida
Eduardo Carnelós
Eduardo Carvalho Tess Filho
Eduardo Ferrão
Fernando Antônio Fagundes Neto
Fernando Serec
Flávia Rahal
Fred Prado Lopes
Geraldo Agosti Filho
Heleno Taveira Torres
Igor Mauler Santiago
José Diogo Bastos Neto
Laura Schertel Mendes
Leandro Chiarotino
Leonardo de Mattos Galvão
Luciano de Souza Godoy
Luiz Inácio Adams
Marcio Kayatt
Marcos Pereira
Maria Cecilia Pereira de Mello
Monica Sapucaia Machado

Napoleão Casado

Otavio Luiz Rodrigues Junior
Paulo Lacerda
Paulo Henrique dos Santos Lucon
Paulo Roberto Bornhausen
Renato Torino
Ricardo Tosto
Roberta Maria Rangel
Roberto Cury
Roberto Ferreira de Amaral Filho
Rui Celso Reali Fragoso
Sergio Renault
Sidnei Beneti Filho
Susy Gomes Hoffmann
Tallulah Carvalho
Torquato Lorena Jardim
Viviane Girardi
Waldemar Deccache
Walfrido Jorge Warde Junior

Errata: Equivocadamente, este texto foi ao ar atribuindo repasses de verbas adicionais a sindicatos pelo Ciesp, quando, na verdade, os repasses eram feitos pela Fiesp.

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