Direito em luto

Ministro aposentado do STJ Gilson Dipp morre em Brasília

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29 de novembro de 2022, 9h13

Morreu nesta segunda-feira (28/11) o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp, aos 78 anos. A morte do magistrado, que atuou também como ministro do Tribunal Superior Eleitoral, ocorreu em Brasília, onde ele morava.

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Gilson Dipp atuou como ministro
do STJ entre os anos de 1998 e 2014

Gaúcho de Passo Fundo, Dipp formou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1968, quando iniciou uma carreira de duas décadas como advogado. Em 1989, entrou para a magistratura como juiz do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, nomeado pelo presidente da República.

Presidente do TRF-4 entre 1993 e 1995, Dipp tornou-se ministro do STJ em junho de 1998. No Tribunal da Cidadania, entre outras funções, foi presidente da 5ª Turma (2002 a 2004), corregedor nacional de Justiça (2008 a 2010) e vice-presidente da corte (2012 a 2014). Entre os anos de 2011 e 2013, foi ministro do TSE.

Aposentado do STJ em setembro de 2014, Dipp foi também professor de Direito Civil da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Admirado por seu temperamento afável e cordial, o ministro foi o criador das varas especializadas em crimes de corrupção, entre outras valiosas contribuições ao Judiciário brasileiro.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, lamentou a perda do magistrado.

"Registro meu pesar pelo falecimento do ministro Gilson Dipp, grande magistrado, professor e advogado. Dipp colecionou inúmeras conquistas em sua longa e exemplar trajetória, a exemplo da sua atuação como um dos maiores corregedores do CNJ. Meus sentimentos aos familiares e amigos."

"Registro a triste notícia da passagem do ministro Gilson Dipp. Jurista de qualidade, humanista de escol, homem notável. Fará muita falta neste ambiente com tão pouco afeto", disse o advogado e ex-advogado-geral da União Luís Inácio Adams.

"O ministro Dipp foi um dos maiores homens públicos que já conheci. Sábio, culto, perspicaz e de pensamento afiado, era ao mesmo tempo extremamente cordial, simples e afável. Muito verdadeiro, transparente, firme e sempre de boa-fé. Um grande amigo e um enorme exemplo para todos nós", testemunhou o advogado Rafael Carneiro, sócio do escritório Carneiros e Dipp Advogados, do qual Gilson Dipp era sócio e parecerista.

Nas palavras do juiz federal criminal Roberto Lemos, "a Justiça brasileira se ressente com a perda do ministro Gilson Dipp. Grande líder da magistratura nacional, que muito contribuiu para o aprimoramento da prestação jurisdicional, sobretudo no segmento do Direito Ambiental e no combate ao crime de lavagem de capitais. Fica a lembrança do juiz afável, com senso de humor singular, que atuava com energia e precisão, sem perder a ternura".

'Conheci o ministro Dipp atuando no Superior Tribunal de Justiça. Culto, profundo, sempre foi gentil com os advogados. Quando se aposentou, tive o privilégio de trabalhar ao seu lado. Talentoso e estrategista, aprendi muito com esse extraordinário ser humano. Meus sentimentos aos seus familiares", disse o advogado criminal José Luis Oliveira Lima.

Outro advogado que lamentou profundamente a perda do ministro Dipp foi Nelson Wilians: "Como membro do Superior Tribunal de Justiça, professor e integrante da Comissão da Verdade, o ministro Gilson Dipp deixa um legado de dedicação e comprometimento com a Justiça brasileira". 

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