Ministro do STJ Sebastião Reis Júnior fotografa protesto de indígenas em Brasília
2 de setembro de 2021, 13h06
"Rodrigo, lembra que falamos sobre fotografia no final da entrevista. Dá uma olhada. Praça dos Três Poderes, ontem à tarde. Se achar que servem e quiser, pode até usar pra ilustrar as notícias sobre o julgamento."
A mensagem acima foi enviada a este repórter pelo ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça, por WhatsApp, nesta quinta-feira (2/9), às 6h56. Junto dela, um link do Dropbox com uma série de fotografias. Parte delas que o leitor verá abaixo. A entrevista a que o ministro se refere foi publicada pela ConJur no final de julho e pode ser lida neste link: "Punitivismo mira corrupto, mas acerta ladrão de biscoito" .
No final da conversa, já engatados em um papo sobre amenidades, eu quis saber mais sobre o hobby do ministro, que tem um perfil no Instagram (@sebareisjr) dedicado a divulgar as fotos que costuma fazer em andanças não só por Brasília, mas por outros lugares do país. O hobby começou por acaso, há cerca de seis anos, em uma praia com um grupo de amigos e uma lua maravilhosa que ninguém conseguia retratar com as sofríveis câmeras dos celulares.
De volta a Brasília, o ministro pegou a câmera deixada de lado pelo filho Hugo e saiu pela cidade a clicar cenas urbanas. Quando a coisa ficou séria, ganhou uma câmera profissional de sua mulher, Anna, que o incentivou a seguir clicando e virou companheira também nas incursões fotográficas. Fez um curto curso para aprender sobre luz, profundidade, e passou a sair pela capital da República, pelo menos uma vez por semana, com sua Nikon pendurada no pescoço, à procura de cenas da vida fora dos tribunais.
Na quarta-feira (1º/9), primeiro dia de debates sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas no Supremo Tribunal Federal, Sebá caminhou até a Praça dos Três Poderes, já no final da tarde, e fez uma série de fotos dos manifestantes indígenas que acompanham o julgamento. Por quê? "Nenhum motivo especial, só para registrar o que está acontecendo. No caso, as pessoas que irão sentir diretamente as consequências da decisão, seja ela qual for, de um tema extremamente complexo e delicado."
Lá na entrevista de julho, já no final da conversa, o ministro disse: "O que me encanta em fotografia é que a foto, de certa forma, muda. Você olha uma situação e clica. Depois, quando você abre a foto, sempre enxerga algo que não tinha visto antes, não tinha captado naquele instante. Não sou uma pessoa que tem o dom da palavra, não sou um escritor, mas acho que consigo dizer alguma coisa com a fotografia."
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