Fachin, próximo presidente do TSE, adverte para "ódios, fanatismos e irracionalidades"
31 de dezembro de 2021, 14h47
Próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luiz Edson Fachin fez uma alerta em mensagem de Ano Novo, divulgada nesta sexta-feira (31/12). Ele advertiu para a possibilidade da ocorrência de "ódios, fanatismos e irracionalidades" e defendeu que o futuro deve "ofertar ao Brasil luzes e não mais sombras".
"O futuro não está dado, precisa ser construído; essa construção deve se alimentar de fé e de esperança, que se vertem em solidariedade, liberdade e em atos concretos de amor. Há risco de totalizar-se uma catástrofe no ‘continuum’ da história se a centelha da esperança não vencer ódios, fanatismos, irracionalidades, prontos a repetir holocaustos de ontem se não houver consciência crítica, problematizadora, capaz de decifrar esse interrogante presente e transformá-lo em emancipação humana", diz a mensagem distribuída por sua assessoria.
Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes foram eleitos na sessão de encerramento do Ano Judiciário, no último dia 17,presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A posse ocorrerá em fevereiro de 2022, quando termina do mandato do ministro Luís Roberto Barroso na Presidência da Corte Eleitoral.
Sucessão
Fachin comandará o TSE até 17 de agosto do ano que vem. No cargo, dará continuidade ao processo de preparação das eleições do próximo ano, iniciado em outubro a partir da abertura dos códigos-fonte do sistema eletrônico de votação, um ano antes do pleito.
Pelo acordo, o vice anterior assume a presidência na gestão seguinte. Fachin foi vice de Barroso. Portanto Alexandre de Moraes deverá assumir o TSE durante a campanha, as eleições e apuração do ano que vem.
A escolha ocorreu em plenário, com o uso de urna eletrônica e sob o comando do ministro Barroso. Coube ao ministro Carlos Horbach anunciar a eleição de Fachin, por seis votos a um.
Após o anúncio, o ministro Barroso parabenizou os escolhidos e disse que o país terá a sorte de ter na condução do TSE, nas eleições de 2022, dois grandes juristas.
"Duas pessoas honradas, que têm grande compromisso com o Brasil. Ambos ministros do Supremo Tribunal Federal, professores e doutores e com vasta experiência na vida pública", disse.
Natural de Rondinha (RS), Fachin é titular do TSE desde 16 de agosto de 2018, mas atuou como ministro substituto desde junho de 2016.
É doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Tem pós-doutorado no Canadá. É autor de diversos livros e artigos publicados, dele e em coautoria. Tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2015.
Nascido na capital paulista, Alexandre de Moraes é ministro efetivo do TSE desde 2 de junho de 2020, após atuar como ministro substituto desde abril de 2017. Possui doutorado em Direito do Estado, livre-docência em Direito Constitucional e é autor de livros e artigos acadêmicos em diversas áreas do Direito. Atuou como promotor de Justiça, advogado, professor de Direito Constitucional, consultor jurídico e ministro da Justiça. Tomou posse como ministro do STF em março de 2017.
O TSE é formado por, no mínimo, sete ministros. Três ministros são do STF, um dos quais é o presidente da Corte, dois ministros são do Superior Tribunal de Justiça (STJ), um dos quais é o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, e dois juristas são provenientes da advocacia, nomeados pelo presidente da República.
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