Bolsonaro espera ordem do Supremo que possa descumprir, diz site
23 de agosto de 2021, 11h38
O presidente Jair Bolsonaro está só aguardando uma decisão do Supremo Tribunal Federal que dependa diretamente dele para ser executada. Quando isso ocorrer, ele vai desobedecer a ordem e desafiar a Corte a enviar alguém para prendê-lo, segundo o jornalista Fernando Rodrigues, do Poder360.

Esse seria o ponto de ruptura, depois do qual o diálogo entre os poderes ficaria completamente inviabilizado. Mas até que isso aconteça, o presidente conta com outras frentes para atacar as instituições. Fernando Rodrigues lista três: a preparação do 7 de setembro, feriado para o qual estão sendo convocados atos que a PGR e o STF já consideraram que vão ameaçar a democracia; um possível novo pedido de impeachment de ministro, dessa vez dirigido a Luís Roberto Barroso; além de decisões judiciais contra apoiadores bolsonaristas, que vêm sendo cobrados na Justiça por suas ameaças e atos contra a democracia.
Também segundo o jornalista, a cúpula das Forças Armadas está insatisfeita com decisões recentes do Supremo, embora "muitos fardados sejam também críticos do comportamento mercurial de Bolsonaro".
Eles estão preocupados, ainda, com a situação do ex-presidente Lula, que está solto e elegível após o Supremo ter declarado a incompetência de Sérgio Moro para julgar as ações contra ele e as enviado para Brasília. Nesse momento, Lula lidera as pesquisas de intenção de votos, ao mesmo tempo em que a presidência de Bolsonaro é considerada ruim ou péssima pela maioria da população.
Se já causa estranheza essa preocupação das Forças Armadas com o cenário político, outra frente mais grave de atuação está em curso: a conversão da Polícia Militar. Em São Paulo, por exemplo, foi afastado nesse final de semana um coronel da PM que fez convocação para o ato promovido por bolsonaristas em Brasília, criticou o governador João Doria e atacou o Supremo Tribunal Federal.
Aleksander Toaldo Lacerda comandava cerca de 5 mil PMs de sete batalhões. Em postagens, ele criticou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, Doria, e Rodrigo Maia, além de ter compartilhado uma postagem que retratava Alexandre de Moraes como Hitler. O episódio revela a contaminação do bolsonarismo na PM paulista, que o governador até então vinha negando.
Encontrou um erro? Avise nossa equipe!