Palavras históricas

Joe Biden reconhece genocídio armênio pelo Império Otomano

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25 de abril de 2021, 11h46

Joe Biden se tornou neste sábado (24/4) o primeiro presidente na história dos Estados Unidos a reconhecer formalmente o genocídio armênio pelo Império Otomano. A declaração foi feita no dia em que foram recordados os 106 anos do massacre. 

Gage Skidmore/Wikimedia Commons
Biden reconheceu genocídio armênio em declaração feita neste sábado (24/4)

"Todos os anos, neste dia, recordamos as vidas de todos os que morreram no genocídio armênio da era otomana e reiteramos o compromisso de que essa atrocidade não volte a ocorrer", afirmou o mandatário em nota divulgada no site da Casa Branca. 

"Começando em 24 de abril de 1915, com a prisão de intelectuais e líderes comunitários armênios em Constantinopla (atual Istambul) pelas autoridades otomanas, 1,5 milhão de armênios foram deportados, massacrados ou marcharam para a morte em uma campanha de extermínio", acrescentou Biden. 

O comunicado não citou nenhuma vez a Turquia, que era o coração do Império Otomano, e afirmou que o objetivo do reconhecimento do genocídio não é "apontar culpados", mas garantir que o que aconteceu "jamais se repita". 

"Hoje, enquanto lamentamos o que foi perdido, também voltemos nossos olhos para o futuro. Um mundo imaculado pelos males diários do fanatismo e da intolerância, onde os direitos humanos sejam respeitados e onde todas as pessoas possam levar suas vidas com dignidade e segurança".

Ainda assim, a declaração causou desconforto no governo turco, que até hoje não reconhece o genocídio. "Aconselhamos o presidente dos Estados Unidos a olhar para o seu próprio passado e presente", disse Ibrahim Kalin, porta-voz da presidência da Turquia. 

O Império Otomano é acusado de ter cometido genocídio contra os armênios a partir de 1915, quando, além dos assassinatos, ocorreram deportações em massa. Conforme foi mencionado por Biden, estima-se que tenham morrido 1,5 milhão de armênios.

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