"Sem dramaticidade"

Plano de matar Gilmar não é detalhado em livro de memórias de Janot

Autor

29 de setembro de 2019, 13h14

O dia em que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot entrou armado no Supremo Tribunal Federal para matar o ministro Gilmar Mendes e depois cometer suicídio é tratado de forma genérica, e sem citar nomes, em seu livro de memórias, Nada menos que tudo, que será lançado em outubro. "Não queria dar dramaticidade a esse fato no livro", afirmou Janot ao Estadão.

Apesar de evitar a dramaticidade no livro, o caso repercutiu nesta semana após o ex-PGR contar em detalhes o ocorrido a jornalistas ao falar sobre o lançamento da publicação.

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência SenadoLivro de memórias de Janot trata de forma genérica o dia em que o ex-PGR diz ter entrado armado no STF para matar Gilmar

No livro, narrado em primeira pessoa, Janot conta bastidores dos quatro anos em que chefiou o Ministério Público Federal, o que inclui uma série de fatos da operação "lava jato", além do oferecimento de duas denúncias contra o então presidente Michel Temer e o polêmico acordo de delação premiada dos executivos da JBS.

O ex-PGR também dedicou um espaço ao deputado Aécio Neves (PSDB), que enquanto era senador, foi alvo de inquéritos conduzidos por Janot. "Aécio foi um dos que mais se empenharam para não ser investigado", disse Janot, que citou encontros em que Aécio chorou, apelou para a família e até ofereceu cargos públicos para escapar das investigações.

Janot também não poupou críticas a sua sucessora, Raquel Dodge, por considerar que ela freou a "lava jato". "A diminuição de ritmo das investigações é visível", afirmou. Ao Estadão, Janot classificou seu livro de memórias como um registro histórico: "A ideia do livro é isso. É fazer um registro histórico, porque não estarei mais aqui quando este julgamento vier. É a minha voz. Meu testemunho está aí. Me julguem".

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!