Opinião

Legaltechs são propulsoras de mudanças na área do Direito

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27 de julho de 2019, 17h00

Com seu crescimento acelerado, não é surpresa que a tecnologia deva causar impactos significativos até mesmo nas carreiras mais conservadoras, como é o caso do Direito e do setor jurídico. Por muito tempo avessa à inovação, essa área está passando por uma revolução com o fortalecimento das lawtechs ou legaltechs, startups que, como o próprio nome diz, oferecem soluções ligadas a assuntos jurídicos.

Não à toa, dados do Crunchbase apontam que US$ 825 milhões foram investidos em empresas desse tipo apenas em 2018, o que representa um aumento de 170% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, a carreira em Direito está mais forte do que nunca. Mas, ainda assim, o setor é carente de inovações.

Ao contrário do que — surpreendentemente — muitos ainda pensam, as legaltechs ou qualquer outro tipo de solução tecnológica na área não acabarão com profissões tradicionais, como é o caso do advogado. No entanto, a carreira daqueles que as enxergam dessa forma pode estar em risco. Isso porque, em um mercado com um número cada vez maior de profissionais, fica ainda mais difícil se destacar e se estabelecer. E as novas tecnologias e a própria inovação são a base desse diferencial.

Além disso, é notório que, em um futuro próximo, é bem provável que a tecnologia se sobreponha ao Direito, e a demanda por um trabalho tradicional não cresça no mesmo ritmo que a quantidade de advogados se formando ano a ano. Em um cenário como este, aqueles que abraçarem as novas soluções tecnológicas terão, em suas mãos, a chave para o sucesso na carreira.

Inovações que trazem o objetivo de democratizar o acesso à Justiça de qualidade não só abrem portas para os profissionais da área do Direito como podem auxiliar de forma significativa em seu desenvolvimento. Neste sentido, um sistema provido de inteligência artificial, por exemplo, não vai fazer o trabalho do advogado, mas, sim, permitir que ele tenha mais tempo para desempenhar as funções analíticas com muito mais eficiência.

Como advogado e empreendedor, vejo que, cada vez mais, precisamos ver as legaltechs como um berço de inovação para nosso setor, que ainda é bastante tradicional. O futuro será feito de parcerias e modelos disruptivos, pelos quais todos se aprimoram, de forma colaborativa, por meio daquilo que o outro também pode oferecer. E isso também vai acontecer no Direito.

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