Direito de briga

Advogados se unem e destroem hospital no Paquistão para vingar colega

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13 de dezembro de 2019, 17h56

O corporativismo de algumas classes no Brasil é ferrenho e apontado como causa de grandes entraves para a sociedade. Mas os advogados do Paquistão levaram o sentimento de tribalismo entre colegas de profissão para um novo patamar. A história, contada em reportagem do The New York Times, acaba com cem deles destruindo um hospital e batendo em médicos, o que resultou na morte de três pacientes. 

Reprodução The New York Times
Advogados em frente ao hospital Lahore, momentos antes da invasão ao hospitalReprodução/The New York Times 

Começa com um advogado indo visitar uma familiar no hospital de cardiologia Lahore e discutindo com os médicos. O profissional do Direito chamou alguns colegas, que compraram a briga.

Mas no primeiro round os médicos e funcionários do hospital levaram a melhor. Resultado: três advogados foram feridos. 

Os advogados tentaram uma primeira resposta mais na sua expertise. Buscaram com que os médicos respondessem por terrorismo. Mas ninguém foi indiciado. Isso levou a uma greve de advogados. Não contentes, marcaram um protesto na frente do hospital na quarta-feira (11/12). Foi aí que tudo saiu do controle. 

Cem advogados de terno e gravata foram para a frente do hospital, até que o ímpeto de balbúrdia que a multidão dá ao indivíduo tomou conta. Invadiram o hospital, quebraram tudo que encontraram e agrediram os médicos.

A polícia respondeu com força: bombas de gás lacrimogênio e cassetetes. 

O hospital informa que três pacientes morreram devido ao episódio. Cerca de 80 advogados foram presos após o ataque. O primeiro-ministro Imran Khan determinou a abertura de uma investigação.  

Terno, gravata e cassetete 
O embate de Lahore é o auge do tribalismo que tomou conta dos advogados no Paquistão.

Começou quando a classe liderou um protesto contra o então ditador militar Pervez Musharraf.  As imagens dos profissionais de terno e gravata lutando contra a polícia ficaram icônicas e intimamente associadas à deposição do ditador. 

Desde então a classe se uniu. Já atacaram juízes e é comum entrarem em confronto contra a polícia.

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