Os livros que marcaram a vida de Antonio Gonçalves
25 de abril de 2012, 15h45
![Caricatura Antonio Goncalves [Spacca]](https://www.conjur.com.br/img/b/caricatura-antonio-goncalves.jpeg)
Gonçalves sempre fez especializações em função do seu trabalho como penalista. Ao falar sobre livros, a atitude não é diferente. Ele lembra dos livros marcantes em sua vida e sempre destaca a contribuição dessas obras para a sua atividade profissional. “Os clássicos foram muito importantes para a minha formação como advogado”, afirma.

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Das indagações de Dostoiévski, Gonçalves passou a se interessar pela análise das razões que cercam um crime. Seus estudos desembocaram em estudos mais filosóficos, em que abordava a sociedade e suas condições sociais como um todo. O divisor de águas, afirma, foi o livro A Sociedade da Decepção, de Gilles Lipovetsky. Gonçalves afirma que a obra mudou até a forma com que ele encara a carreira.
“Esse livro explica como as pessoas estão fadadas a se decepcionar o tempo todo em nossa sociedade. As pessoas não conseguem mais lidar com o cotidiano. Sempre buscam algo atrás de algo. O mundo se move baseado na frustração humana. E isso pode motivar crimes.”
Gonçalves conta que, após a primeira leitura deste livro, em 2006, deu uma guinada em seus estudos. Das especializações em Direito, ingressou em um doutorado em Filosofia do Direito na PUC-SP sobre intolerância religiosa e, atualmente, faz um pós-doutorado na mesma universidade, em que discute os Direitos Humanos em relação ao Estado Brasileiro. “O mundo tende a uma intolerância sobre o outro, e precisamos pensar na institucionalização da dignidade humana como um dos fundamentos do Estado”, afirma.
Livros jurídicos
Para Gonçalves, o seu livro jurídico "de cabeceira" é uma publicação “antiga, porém atual”: “Democracia, Liberdade e Igualdade – Os três caminhos”, do jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. “O livro constrói uma base teórica muito forte sobre a importância da democracia em um Estado de Direito e da igualdade do ser humano não só como direito, mas como um requisito para o Estado.”
Ele também aponta o livro Hermenêutica Constitucional – A Sociedade Aberta dos Intérpretes da Constituição: Contribuição para a Interpretação Pluralista e Procedimental da Constituição, de Peter Härbele, como “fundamental para entender a importância de a sociedade saber e discutir a Constituição”.

Por fim, menciona o livro de sua autoria: Quando os avanços parecem retrocessos — um estudo comparativo do Código Civil de 2002 e do Código Penal brasileiro com os grandes Códigos da História. A obra discute a contribuição das normas construídas por civilizações antigas e mostra algumas normas interessantes sobre assuntos do ordenamento atual. “A separação conjugal já estava mencionada no Código de Hamurábi de uma maneira mais simples e eficiente”, exemplifica. “Foi um trabalho extenuante, mas que me proporcionou conhecer mais sobre a História do Direito”, afirma.
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