Dificuldade de bancas globais é a distância de clientes

O advogado brasileiro Eduardo Cerqueira Leite, presidente da Comissão Executiva da banca Baker & Mackenzie nos EUA, está no Brasil, esta semana, para participar do World Economic Forum on Latin America, que começou nesta quinta-feira (28/04) no Rio de Janeiro. Ainda na quinta, Eduardo Leite concedeu entrevista à reportagem do tablóide semanal especializado em Justiça, The National Law Journal, por conta da Backer & MacKenzie ter encabeçado a lista das 250 maiores bancas de advocacia dos EUA por número de advogados, organizada pela própria publicação.

Na entrevista, Leite, que trabalha no Baker & Mackenzie desde 1975, revelou que a principal dificuldade de ser uma banca de expressão global é manter o toque pessoal no contato com os clientes. E que, para tanto, às vezes, é necessário correr o mundo, mesmo em tempos de comunicação instantânea. "Meu fator de dificuldade pessoal é tentar ser onipresente. Estar no Rio para participar Fórum Mundial Econômico, estar em Nova York, visitar escritórios em todos os cantos. Tenho sido um viajante em tempo integral. Você deveria ver meu passaporte", disse.

Eduardo Leite também destacou o fato de a banca, além de ter se especializado em navegar em diferentes jurisdições, ter assimilado com o tempo características locais em suas sedes espalhadas pelo mundo. "Não estamos apenas presentes em diferentes jurisdições, mas o fato de estarmos em lugares diferentes por tantos anos nos levou a construir equipes com advogados locais, profundos conhecedores não só das leis, mas da cultura, dos meios de se fazer negócios e das pessoas; e isso é fundamental ao olhos do cliente", explicou.

O World Economic Forum on Latin America segue com a programação nesta sexta-feira (29/4). O principal evento do dia é a participação da presidente Dilma Rousseff, programada inicialmente para acontecer na quinta-feira, mas remarcada para o dia seguinte. Os principais tópicos dos painéis que integram o evento envolvem discussões de estratégias para lidar com problemas de infraestrutura na América Latina e com o excesso de burocracia e complexidade na área tributária.