O dia em que Silvio Santos quis ser presidente
11 de junho de 2009, 9h55
1989. Pela primeira vez depois de quase 30 anos de ditadura militar, o Brasil se prepara para eleger, pelo voto direto, o presidente da República. Mais de vinte candidatos se apresentam para a disputa. Entre eles, Ulysses Guimarães, Mário Covas, Leonel Brizola e os favoritos Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva. Faltando 15 dias para a votação do primeiro turno a notícia explode como uma bomba: Silvio Santos vem aí. A candidatura, apresentada em cima da hora, durou pouco. O TSE rejeitou o registro ao candidato.
Para se candidatar, Silvio Santos se filiou ao PMB, legenda de aluguel que entrara na disputa com o candidato Armando Corrêa da Silva, um ilustre desconhecido da cena política. Corrêa renunciou à candidatura e abriu vaga para Silvio Santos.
Como as cédulas para a eleição já estavam impressas com o nome de Corrêa, a campanha gastava boa parte do tempo na TV para explicar que quem votasse nele estava na verdade elegendo Sílvio Santos. O apresentador tinha como companheiro de chapa o senador Marcondes Gadelha, da Paraiba.
Dezoito pedidos de impugnação chegaram ao TSE questionando a legalidade da nova filiação do apresentador, a renúncia do candidato substituído e a regularidade do registro do partido. No dia 9 de outubro, os ministros do TSE resolveram impugnar o registro do partido nanico por falta de convenções em nove estados. Para o TSE, o PMB não tinha as condições necessárias para existir legalmente.
O tribunal também negou o registro das candidaturas de Silvio Santos e Gadelha, levando em consideração o argumento da Procuradoria-Geral Eleitoral. A alegação foi a de que Silvio Santos era inelegível por ser dono de uma concessionária de serviço público e, em tese, deveria ter se afastado das funções três meses antes do pleito.
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