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Juízes precisam ler mais poesia, romance e jornal

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24 de janeiro de 2009, 16h23

<img src="/img/b/carlos_britto.jpeg" alt="Carlos Britto - por Spacca" class="carica" />Spacca" data-GUID="carlos_britto.jpeg">“Os juízes precisam ler mais poesia, romances e jornais para entender mais a realidade da sociedade.” A declaração é do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, no Fórum Mundial de Juízes, que reúne mais de 700 juízes do Brasil e do exterior. As informações são da Agência Brasil.

O ministro fez um apelo para que os juízes atuem com sensibilidade e comprometidos com a Justiça social. Na palestra O STF e os 20 Anos da Constituição, o ministro falou sobre a atuação da Corte em temas polêmicos. “O Supremo Tribunal Federal, uma casa essencialmente conservadora, se deparou com uma Constituição avançada, antecipadora de fatos, valores e costumes, e enfrentou dificuldades para interpretá-la. Nos últimos anos, porém, o STF tem adotado posturas mais avançadas”, observou.

Como exemplos, Ayres Britto citou os julgamentos da aposentadoria espontânea, da fidelidade partidária, do nepotismo e da pesquisa com células-tronco embrionárias. O ministro afirmou que há uma aproximação entre a população e o Supremo. A imprensa, afirmou, tem cumprido papel fundamental. Também citou a TV Justiça como "um mecanismo de controle externo" do STF, já que transmite ao vivo os julgamentos do plenário. “Hoje, os ministros sabem que precisam prestar contas à sociedade”, afirma.

No fim de sua palestra, o ministro foi homenageado aplaudido pelos participantes devido a seu voto no julgamento da ação que questiona a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol.

A presidente do Tribunal de Justiça do Pará, desembargadora Albanira Bemerguy, aproveitou a ocasião para destacar a atuação dos juízes do estado. Para ela, o Judiciário local não pode ficar marcado por episódios como o de Abaetetuba, em que uma menor de idade ficou quase um mês presa em uma cela com 20 homens em carceragem da Polícia Civil. “A responsabilidade pelo que ocorreu é da ausência de políticas públicas para menores infratores”, afirmou.

A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, que também participou da abertura do encontro, pediu que os juízes do Brasil e do mundo ajudem a pensar formas de promover a qualidade de vida das pessoas da Amazônia e a recompensá-las por manter a floresta em pé. “Na Amazônia tem floresta, mas também tem gente”, disse.

O encontro faz parte da programação do Fórum Social Mundial, que será realizado em Belém, a partir de terça-feira (27/1).

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