Sucesso na advocacia

Especialistas falam da importância da especialização na profissão

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19 de maio de 2006, 18h15

Para ser um advogado bem sucedido, o investimento deve ir além de uma boa formação profissional em faculdade bem conceituada. Cursos de especialização e conhecimento de outros idiomas, por exemplo, são requisitos fundamentais. A opinião é dos advogados Antonio Carlos Rodrigues do Amaral da Advocacia Rodrigues do Amaral, Erickson Gavazza Marques do Demarest e Almeida Advogados, e Gustavo Viseu sócio de Viseu, Cunha, Oricchio Advogados.

Os três participaram da palestra A formação do advogado e a necessidade do mercado que ocorreu nesta sexta-feira (19/5), último dia do Senalaw — Seminário nacional de Administração de Escritórios de Advocacia e Jurídicos, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. Os palestrantes falam de especialização com conhecimento de causa: Amaral tem especialização em Harvard, Marques na Sorbonne de Paris e Viseu na Universidade de Boston.

Para Gustavo Viseu a maioria dos advogados bem sucedidos planejou passo a passo a sua carreira. Sucesso como resultado do acaso é um raro privilégio. Segundo Viseu, o primeiro passo de qualquer planejamento é a auto-avaliação, “entender seus pontos fortes e suas fraquezas desde o ensino fundamental”.

Entre os pontos que devem ser avaliados pelo advogado, na opinião de Viseu, está a oralidade. A capacidade de ser expressar pode ser aperfeiçoada com cursos de português e também de inglês. Associado a isso, é recomendável que o advogado tenha uma boa formação sócio-cultural. Além disso, o advogado deve levar em consideração aspectos como a empregabilidade e a questão vocacional. Para Viseu, as deficiências podem ser supridas com cursos e depois pode se optar por uma especialização.

Na escolha da especialização, é importante levar em consideração a qualidade da instituição e analisar as necessidades de mercado. “Se houver a opção por uma especialização no exterior, deve se levar em conta se a área que vai se estudar pode ter seus conhecimentos aplicados no Direito brasileiro”, completa.

Há também requisitos que não se aprendem na escola, embora a freqüência a uma boa escola possa ajudar. O sucesso freqüenta boas companhias. Por isso, é necessário que o advogado tenha bons relacionamentos para atrair clientes para o escritório

A qualidade do profissional do Direito depende do processo de formação do advogado desde o estágio, na opinião de Erickson Gavazza Marques. “O estagiário não deve ser tomado como mão-de-obra barata, não deve desenvolver tarefas de advogado. O futuro advogado deve ser orientado para que o estágio possa realmente contribuir para sua formação.”

A especialização é feita para acrescentar conhecimentos específicos à bagagem do aluno, mas nunca para suprir deficiências dos cursos universitários regulares. “O advogado tem que estar preparado para aperfeiçoar seus conhecimentos,” explica.

Para Marques, cursar uma especialização no exterior além de ser muito importante do ponto de vista técnico é muito enriquecedor do ponto de vista pessoal. Ao escolher o tema da especialização é necessário levar em consideração os nichos de mercado, na opinião de Marques. “Áreas como ciências, produção farmacêutica, genética e direito agrícola, por exemplo, têm crescido no Brasil e precisam de profissionais qualificados.“ Para ele, o advogado terá cada vez mais que lançar mão de conhecimentos diversificados.

Na opinião de Antonio Carlos Amaral o advogado deve sempre continuar seus estudos e refletir sobre os problemas com a preocupação nos detalhes. “O advogado deve indagar qual é a razão do seu cliente querer fazer aquilo que pretende. A obrigação do advogado não é de se esforçar ao máximo, mas de fidúcia, de atender os clientes além dos interesses pessoais.”

Amaral indica que há um crescimento na área de Direito comercial. “O comércio internacional na América latina cresceu 8% na última década.” Preocupado em disseminar a cultura e promover o debate sobre globalização, Amaral escreveu o livro Direito do Comércio Internacional, elaborado pela Comissão de Comércio Exterior da OAB-SP na qual ele é presidente.

Segundo o advogado, a universidade de Harvard , onde se especializou, “se empenhou em ser uma universidade global e uma especialização voltada a novas áreas do Direito.” Mas Amaral alerta que “não podemos comprar a experiência internacional sem fazer uma tradução para a realidade brasileira.”

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