Volta ao lar

Álvares de Azevedo troca a República pelo Largo de São Francisco

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25 de julho de 2006, 7h00

O poeta Álvares de Azevedo voltará definitivamente para as Arcadas. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município de São Paulo do sábado (22/7). O decreto foi necessário para dar fecho à questão entre a prefeitura e os estudantes e ex-alunos da Faculdade de Direito da USP que vinham disputando o local onde deveria ficar o monumento em homenagem ao escritor que morreu, ainda aluno da São Francisco, antes de completar 21 anos de idade.

A estátua fora uma doação do Centro Acadêmico XI de Agosto à prefeitura, no início do século passado. No endereço anterior, a Praça da República, o monumento não vinha sendo bem cuidado e os estudantes resolveram resgatá-la. Um abaixo-assinado com assinaturas ilustres, como a do governador Cláudio Lembo e do advogado Goffredo da Silva Telles, pedia à prefeitura a legalização da transferência.

O assunto foi motivo de uma reunião com o secretário de negócios Jurídicos do município, o ex-aluno da São Francisco Luiz Antônio Guimarães Marrey, da qual participaram a direção da escola, o presidente do Centro Acadêmico, Caio Miranda Carneiro, e o dirigente da associação dos ex-alunos, Carlos Madia de Souza. Os estudantes de comprometeram a restaurar e manter conservada a obra.

Quem foi

Pelos dados da Wikipedia, Manuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo, SP, 12 de setembro de 1831 — Rio de Janeiro, 25 de abril de 1852) era filho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo. Foi escritor da segunda geração romântica (Ultra Romântica, Byroniana ou Mal do Século), era contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro.

Passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo (1847) para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde desde logo ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destaca-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.

Durante o curso de Direito, traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare; traduziu Parisina, de Lord Byron; fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano (1849); fez parte da Sociedade Epicuréia; e iniciou o poema épico O Conde Lopo, do qual só restaram fragmentos.

Não chegou a concluir o curso porque adoeceu de tuberculose pulmonar. Morreu com 21 anos incompletos, morte atualmente atribuída a uma diverticulite. A sua obra compreende: Poesias diversas, Poema do Frade, o drama Macário, o romance O Livro de Fra Gondicário, Noite na Taverna, Cartas, vários Ensaios (Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla), e a sua principal obra Lira dos vinte anos (inicialmente planejada para ser publicada num projeto — As três Liras — em conjunto com Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães). É patrono da cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras.

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