Falência institucional

Falta criatividade na Justiça, afirma presidente do Tacrim de SP.

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30 de novembro de 2004, 15h16

Faltam criatividade e ação à Justiça brasileira, que se fosse uma instituição privada já estaria lacrada com um carimbo de falência. A opinião é do juiz José Renato Nalini, presidente do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo.

Ele falou, nesta segunda-feira (29/11), sobre o papel do Judiciário na sociedade contemporânea no ‘Congresso Internacional de Direito’ ao lado do professor Charles Cole, da Universidade Samford.

Nalini afirmou também que, no mundo atual, a Justiça não consegue imprimir a velocidade que a sociedade exige. “Estamos chegando no terceiro milênio atrasados”, advertiu. Ele criticou, ainda, o concurso para juízes que exige boa memória do candidato, enquanto a função de magistrado deve ser “um solucionador de problemas”. “Precisamos de obreiros”, alertou.

Já o professor americano Charles Cole frisou a força da Constituição dos Estados Unidos. Lembrou que a Constituição americana tem 250 anos e ao longo desse período foi alterada somente 27 vezes. Destacou também o poder da Alta Corte dos EUA, afirmando que quando os juízes tomam uma decisão nem os parlamentares reunidos no Congresso conseguem alterá-la.

O evento, em comemoração aos 130 anos do Instituto dos Advogados de São Paulo, vai até esta quarta-feira (1º/12). O Congresso é na sede da entidade. Outras informações podem ser encontradas no site do IASP.

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