Porta-voz do atraso

Busato classifica presidente do STJ como o porta-voz do atraso

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28 de março de 2004, 15h52

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, qualificou o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Nilson Naves, como “o porta-voz do conservadorismo e do atraso do Judiciário brasileiro”. A afirmação foi feita nesta domingo (28/3).

A reação de Busato veio em resposta às declarações de Naves feitas à imprensa. O ministro se posicionou contra a adoção do controle externo do Judiciário, a favor da súmula vinculante, contra a quarenta para juízes, entre outros pontos.

Uma das maiores polêmicas reside na opinião de Naves sobre a contratação de parentes. “Se eu tenho um filho de alta capacidade por que ele não pode me prestar uma assessoria?”, indagou o presidente do STJ. Para o presidente da OAB, o ministro Nilson Naves está na contramão da história.

Leia a declaração do presidente da OAB

“As declarações do ministro Nilson Naves não surpreendem a OAB. Ele é o porta-voz do conservadorismo do Judiciário brasileiro, é o porta-voz do atraso do Judiciário brasileiro.

É bom para a magistratura brasileira que o ministro esteja se aposentado. Ultimamente, pasmem, ele vem elogiando até o nepotismo dentro do Poder Judiciário, o que é uma barbaridade. Ele está na contramão da história.

Hoje, todos os poderes, em todas as esferas, estão criticando o nepotismo. Mas o ministro, defende o nepotismo, defende a súmula vinculante, o não-acesso da população ao Poder Judiciário, o não-controle externo do Judiciário.

Em verdade, ele está sendo absolutamente coerente com as idéias dele, uma vez que é contra qualquer evolução no Poder Judiciário. Talvez ele tenha uma visão de que o Poder Judiciário no Brasil está perfeito e tem todo o direito de ficar oito, dez, quinze, vinte anos julgando um processo sem dar uma satisfação para a sociedade brasileira.

Se o ministro Nilson Naves entende assim, ele está absolutamente coerente, repito, porque todas as teses retrógradas deste país são defendidas por ele”. (OAB)

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