Terça-feira, 7 de maio.

Primeira Leitura: PFL fala em substituição de Serra mas espera de toca

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7 de maio de 2002, 16h38

Esperando Mendonça

O mundo político parou na segunda-feira à espera da entrevista do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros ao site Primeira Leitura. À revista Veja, Mendonça confirmou que o empresário Benjamin Steinbruch havia falado a ele sobre um suposto pedido de propina de que teria sido vítima. O pedido teria sido feito por Ricardo Sérgio, ex-vice-presidente do Banco do Brasil.

Troca

Na entrevista, Mendonça de Barros relata que o empresário Benjamin Steinbruch esperava ajuda do governo e falou sobre o pedido de propina justamente naquele momento.

Entende-se que Steinbruch queria que o governo o ajudasse em troca do seu silêncio. E pergunta: “por que a questão apareceu só agora?”. A íntegra da entrevista está no site Primeira Leitura.

Enquanto isso…no PFL

De público, os pefelistas falam na necessidade de substituir Serra para apoiar outro candidato tucano. No bastidor, têm “força” apenas para esperar o desenrolar dos fatos, de tocaia. Torcem por um fato novo para não ter de aderir ao senador José Serra (PSDB). Só isso. Saída eleitoral própria eles não têm.

Enquanto isso…no PT

Os petistas estão com a boca torta de tanto cachimbar CPIs e, por isso, falam logo em Comissão Parlamentar de Inquérito. Mas a recomendação que vem da cúpula é outra: para a campanha de estadista que Luiz Inácio Lula da Silva quer desenvolver, dizem que o melhor é separar Ricardo Sérgio e os fundos de qualquer conotação com as campanhas eleitorais de José Serra. Sozinho, o ex-diretor do Banco do Brasil é combustível suficiente para uma fogueira.

Fim do embargo

Com o fim do embargo às exportações auto-imposto pelo Iraque, o preço do petróleo volta a ser influenciado exclusivamente pela dinâmica dos acontecimentos no Oriente Médio.

Não há mais nenhuma ameaça direta ao abastecimento – como foram o próprio embargo e a greve que interrompeu a produção na Venezuela, no início do mês.

Coadjuvante

A verdade é que esses dois eventos nunca foram decisivos para o preço. Quando o anúncio do embargo coincidiu com o início da greve na Venezuela, o preço do barril bateu em US$ 26,55. Quando Israel bombardeou o QG de Yasser Arafat em Ramallah, bateu em US$ 28,10, recorde da crise atual.

Depois da tempestade

O esperado massacre que o presidente Jacques Chirac perpetrou sobre Jean-Marie Le Pen com sua reeleição não esconde o grande desafio a ser enfrentado pela França, que é o desafio maior para a própria Europa: a reformulação do contrato social sem permitir que a tensão entre mão-de-obra e capital beneficie a extrema-direita.

Os 82% de votos obtidos por Chirac representam a vitória de um mandato contra valores não-republicanos, não o triunfo de um projeto político. Questões como desigualdade, desemprego e segurança ainda estão à espera de respostas.

Arafat é o líder

Não importa o que diga Ariel Sharon sobre Yasser Arafat ter financiado ações terroristas. O governo de George W. Bush já fechou questão: apesar da profunda desconfiança que nutre por Arafat, continuará a trabalhar com o líder palestino. Essa foi a promessa feita pelo presidente dos EUA aos seus aliados árabes, em especial a Arábia Saudita.

Até onde vai

Se conseguiu unir seu governo em torno da idéia de que Arafat não é dispensável agora, Bush ainda não sabe o que fazer para conseguir a paz no Oriente Médio. A grande dúvida é se ele tem condições de pressionar ainda mais Israel.

A ala mais radical de seus assessores lembra sempre a derrota de Bush pai para Clinton, em parte por causa da tentativa frustrada de promover um acordo na região.

Assim falou… Luiz Carlos Mendonça de Barros

“Uma nova sombra ameaça pairar sobre uma dessas batalhas tão arduamente vencidas, a venda da Vale do Rio Doce”.

Na segunda-feira, em entrevista ao site Primeira Leitura

Estava escrito

“O problema de mentir é que isso vai depender de o mentiroso ter uma clara noção da verdade a ser escondida. Nesse sentido, a verdade, mesmo aquela que não aparece em público, tem uma primazia sobre toda falsidade”. Hannah Arendt

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