7 de fevereiro de 1999, 23h00
O engenheiro Rubens Farias Júnior, que diz incorporar o espírito do Dr. Fritz, será investigado por crime de ocultação de cadáveres. O secretário de Saúde do estado, Gilson Cantarino, pede, nesta segunda-feira (8/2), a abertura de inquérito policial para apurar a denúncia de um suposto esquema em que funcionários do Hospital Getúlio Vargas, da rede pública estadual, estariam registrando os óbitos ocorridos durante as “cirurgias espirituais” realizadas pelo médium.
Cantarino tomou a decisão a partir de denúncias de mortes que teriam ocorrido durante as “sessões de cura” promovidas pelo engenheiro, no galpão onde costuma atuar, no bairro da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. O secretário também abrirá uma sindicância interna no hospital para apurar as denúncias, e afirmou que exigirá o máximo empenho nas investigações.
Formado em engenharia de telecomunicações pelo Instituto Militar de Engenharia, Farias Júnior ficou nacionalmente conhecido por realizar “curas espirituais”, afirmando ser um instrumento de Adolf Fritz, um médico alemão morto durante a Primeira Guerra Mundial. O primeiro brasileiro a “incorporar” o espírito do Dr. Fritz foi Zé Arigó, morto em um acidente de automóvel em 1971.
O trabalho feito por Farias Júnior é repudiado pela medicina tradicional, que enquadra as “curas espirituais” em prática ilegal de medicina. Mesmo com toda polêmica, personalidades como a mulher do cantor Roberto Carlos, Maria Rita, e o ex-presidente da República João Baptista de Figueiredo, já procuraram o “Dr. Fritz” com a esperança de resolver problemas de saúde.
Se confirmadas as denúncias durante a investigação policial, serão abertos processos penais contra o engenheiro e funcionários do Hospital Getúlio Vargas.
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