Prêmio Esso de Jornalismo

O Globo ganha o Prêmio Esso de Jornalismo com denúncia

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15 de dezembro de 1998, 23h00

A reportagem “Teste do Guaraná”, publicada em julho pelo jornal O Globo, foi a vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo de 1998, divulgado nesta terça-feira (15/12). A reportagem apurou que 12 laboratórios do Rio de Janeiro não conseguiam distinguir urina de uma mistura de água com guaraná. Nos últimos 5 anos, o diário fluminense amealhou 19 dos mais importantes prêmios nacionais de jornalismo, o que reflete a melhora de qualidade da publicação.

O jornal mostrou como funcionavam os laboratórios de análises clínicas no Rio. A mistura foi enviada para 14 laboratórios escolhidos de forma aleatória. Doze emitiram laudos acusando a existência de elementos típicos de urina, o que seria impossível encontrar na mistura, como muco, hemácias e células epiteliais. Um dos laboratórios acusou a existência de infecção urinária. Os dois que não apresentaram laudos haviam sido alertados por entidades representantes da classe.

A reportagem levou a Secretaria Estadual de Saúde a fiscalizar os 260 laboratórios existentes no Rio, começando pelos 12 mostrados no jornal. Dois deles foram fechados e um interditado. Após a denúncia, o governo estadual criou um conjunto de normas obrigatórias para os laboratórios. As regras obrigam que sejam feitos novos exames antes da liberação de laudos com resultado positivos ou fora dos padrões normais, além do treinamento constante de seus funcionários.

O Prêmio Esso de Reportagem também ficou com o Globo, com “O relatório americano”, reportagem de Maria Luiza Abott, sobre o documento que fazia críticas ao Brasil e foi entregue aos empresários que acompanhavam Bill Clinton na visita ao Brasil. O documento dizia, entre outras coisas, que o Brasil sofre de “corrupção endêmica”. O jornal levou também o prêmio Esso Regional Sudeste.

Revista Consultor Jurídico, 16 de dezembro de 1998.

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