Voz unida

Presidentes das seccionais da OAB pedem afastamento de Renan

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10 de julho de 2007, 18h05

O caso Renan Calheiros começa a preocupar a comunidade jurídica depois de ele ter perdido o apoio de grande parte dos políticos. O colégio de presidentes de seccionais da OAB, integrado por 27 dirigentes das entidades estaduais, defendeu nesta terça-feira (10/7) o afastamento imediato do presidente do Senado, Renan (PMDB-AL) do cargo de senador.

O licenciamento urgente do senador foi pedido pelo presidente OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, e defendido por unanimidade pelos membros do colégio. Ao apresentar a proposta, Damous afirmou que há indícios veementes de que as acusações podem gerar a cassação.

Na segunda-feira (9/7), o presidente OAB, Cezar Britto, já havia afirmado que o grande complicador que recai sobre a crise envolvendo Renan é o fato de o processo no Conselho de Ética não ter começado de forma correta, “demonstrando claramente que sua permanência como presidente do Senado está constrangendo os seus pares”.

Para o presidente da seccional paulista da OAB, Luiz Flávio Borges D’Urso, “a saída do senador poderia ser um gesto de transparência para que essas investigações ocorram sem interferência, até para que se demonstre ao final, se ele inocente for, que essa inocência está calcada, cristalizada como resultado de uma investigação transparente”. D’Urso afirmou ainda que “do jeito que está, com essas idas e vindas da Comissão de Ética, com essas dificuldades que estão se antepondo a uma investigação isenta e transparente, a imagem que passa à população brasileira é que há um grande esforço para que não se apure nada e que mais uma vez tenhamos como resultado a pizza. Isso é lamentável e provoca realmente indignação”.

Renan é suspeito de receber dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha em um caso extraconjugal. Renan também é investigado por supostamente ter apresentado notas frias para comprovar o rendimento. A mais nova acusação contra o presidente do Senado é de suposto favorecimento à cervejaria Schincariol na compra de uma fábrica de refrigerantes da família Calheiros.

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