Cinco dias depois de ter sido solto por ordem do juiz federal Sergio Fernando Moro, o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, voltou a ser preso nesta quarta-feira (10/2) por ordem do responsável pelo braço da “lava jato” no Rio de Janeiro, na 7ª Vara Federal.
O juiz federal Marcelo da Costa Bretas, que está com a parte do processo que aponta fraudes na Eletronuclear, avaliou que deveria ter se pronunciado sobre a prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, segundo o blog do jornalista Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo.
Azevedo foi preso pela primeira vez em junho de 2015 e acabou sendo liberado depois de fechar acordo de delação premiada. A Andrade Gutierrez prometeu revelar irregularidades na campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) de 2014 e suborno na construção de estádios da Copa, além de pagar R$ 1 bilhão em multa, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
Bretas há havia decretado a prisão dias antes, mas a decisão foi descumprida pela Polícia Federal em São Paulo, ainda conforme a Folha. O juiz escreveu e-mail declarando que os policiais que se recusaram a cumprir a ordem serão alvos de medidas “a serem tomadas oportunamente”.
O Ministério Público Federal aponta desvios na construção de usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis. A denúncia já foi aceita pela Justiça Federal. Otávio Azevedo é um dos réus, ao lado do presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, e de outras 12 pessoas.
As primeiras investigações chegaram a princípio à 13ª Vara Federal de Curitiba, mas o Supremo Tribunal Federal avaliou que a Justiça Federal no Rio é que tinha competência.