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Jornalista judeu defende direito de opinião de Monark

11 de fevereiro de 2022, 11h01

Por Redação ConJur

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“Eu obviamente não gostaria de ver um partido nazista no Brasil, mas não me oporia à adoção de uma versão mais robusta da liberdade de expressão, semelhante à praticada nos EUA, onde a Suprema Corte entendeu que mesmo opiniões e manifestações nazistas estão cobertas pela Primeira Emenda”.

Reprodução/YouTube
Durante podcast, Monark defendeu o direito de ser anti-judeu
Reprodução/Youtube 

Essa é a opinião do jornalista Hélio Schwartsman, manifestada em coluna que escreveu para o jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (10/2), após a repercussão da fala do youtuber Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, defendendo a existência de um partido nazista reconhecido pela lei no Brasil.

Segundo Schwartsman, Monark demonstrou ignorância em relação ao nazismo e antissemitismo, mas não praticou crime em suas intervenções, pois não houve apologia ou incitação.

O jornalista, que é judeu e perdeu grande parte da sua família no Holocausto, disse que não considera que atacar minorias seja uma valor, mas “o Estado não tem o poder de decidir quais são os discursos aceitáveis e quais não são”.

Para ele, alargar o conceito de liberdade de expressão não significa que haverá impunidade. “É só de sanções penais que opiniões ficam protegidas, não de opiniões contrárias. Quem não gostou do que o podcaster Monark disse sobre judeus e nazistas tem o direito e até o dever de contestá-lo. Pode também partir para outras formas de protesto, inclusive o boicote”, escreveu.