Dois escritórios de advocacia dos Estados Unidos anunciaram que entrarão com ações coletivas contra a Vale por causa do rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Os escritórios acusam a empresa de omitir informações do mercado sobre o risco envolvido em suas atividades de mineração.
O rompimento fez as ações da Vale na Bolsa de Nova York caírem até 25% e os escritórios afirmam que o objetivo é que os investidores recuperem o dinheiro investido, já que as ações caíram por conta negligências da empresa. Nos EUA, as ações coletivas têm um mecanismo diferente do brasileiro. Lá, escritórios podem ajuizar a ação e depois procurar legitimados para subscrever seus argumentos.
Os escritórios Bernstein Liebhard e Rosen Law Firm afirmam em seus informes públicos que a Vale fez alegações falsas e não revelou uma série de situações que deveriam ser de conhecimento dos investidores.
"Vale falhou em avaliar adequadamente o risco de danos potenciais de um rompimento de barreira na sua mina de minério de ferro Feijão; os programas da Vale para mitigar incidentes de segurança e saúde eram inadequados; consequentemente, diversas pessoas foram mortas e outras centenas foram declaradas desaparecidas depois que a barreira rompeu; e como resultado, as alegações dos réus sobre seus negócios, operações e prospectos, foram materialmente falsos e enganosos e/ou não possuíam uma base razoável em todos os momentos relevantes", dizem as bancas.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários abriu processo administrativo contra a Vale. O objetivo é apurar informações divulgadas ao mercado na sexta-feira (25/1) , quando ocorreu o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração em Brumadinho, Minas Gerais.