O Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC) e a Eternit, empresa que atua na fabricação de caixas d’água e placas de cimento, se posicionaram contra a Lei Estadual 21.114/13, que proíbe o uso de amianto e asbesto em Minas Gerais. A lei foi promulgada pelo governador Antonio Anastasia no fim de 2013 e regulamenta prazo de oito a dez anos para que as indústrias e empresas que atuam no território mineiro interrompam a produção e venda de itens que levam as fibras.
A determinação da medição da concentração de poeira, as campanhas obrigatórias e o limite de fibras por metro cúbico não são, segundo a nota, práticas estranhas às empresas. O IBC afirma que é seguida pelo setor "uma rotina até mais rigorosa do que se pretende agora, inclusive até mais do que exige a Lei Federal 9.055/1995". O segundo equívoco do governo mineiro, segundo a nota, é o fato de a lei estadual ser desnecessária, pois o assunto já é regulado por lei federal.
Atualmente já tramitam no Supremo Tribunal Federal Ações Diretas de Inconstitucionalidade questionando as outras leis estaduais sobre a proibição do amianto.
Indústria
A Eternit também se posicionou, por meio de nota assinada por Rubens Rela Filho, diretor de Mineração da empresa. O texto afirma que o grupo e a mineradora Sama Minerações “utilizam o amianto crisotila em suas fábricas seguindo rígidos padrões de segurança, que superam as exigências legais”. A prova da eficiência, segundo Rubens Rela Filho, é o fato de nenhum funcionário que ingressou na Eternit após a década de 1980 ter registrado doença causada pela fibra. Também não há registro de problemas entre os usuários de produtos que incluem o chamado fibrocimento, como telhas e caixas d´água, algo comprovado por uma pesquisa nacional — disponível aqui — feita junto à população, diz ele. A nota da Eternit afirma que ainda são desconhecidos os riscos de uso e a “malignidade” das fibras sintéticas, que substituem o amianto, defendendo a aplicação do princípio da precaução.