Opinião

Oásis urbanos: shoppings racionalizam a dinâmica urbana

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12 de março de 2025, 10h00

Os shoppings sempre foram vistos como lugares de consumo, mas ao longo dos anos tornaram-se verdadeiros protagonistas da vida urbana (pelo menos aqui no Brasil). Hoje, são ponto de encontro, lazer, cultura, arte, gastronomia e — acima de tudo — vetores de crescimento socioeconômico. Funcionam como espaços de múltiplos usos que atendem às necessidades de cidades em constante transformação. Tudo isso alinhado ao conceito “resolva sua vida em um só lugar”, que contribui com a redução da mobilidade urbana.

Centros comerciais recebem 476 milhões de pessoas mensalmente e geram mais de 1 milhão de empregos diretamente

É no shopping que se pode obter a emissão de passaportes ou, como se viu no tormentoso momento da Covid, vacinas, coletas de sangue, cadastros biométricos para a justiça eleitoral, em postos volantes organizados e práticos. Esses centros comerciais atenuaram a vida caótica das metrópoles, dando racionalidade e praticidade ao atendimento das necessidades das famílias.

Falar do desenvolvimento do entorno desses empreendimentos é falar do crescimento econômico. O shopping passou a ser um catalizador de atividades. Facilita melhorias viárias, impulsiona a revitalização e urbanização das regiões. Gera novos empregos, moradias nas áreas adjacentes, serviços e ações estruturantes para a cultura, a educação e até à saúde das comunidades. Somente no setor são gerados mais de 1 milhão de empregos diretamente. “Melhore seu entorno que estará dando uma grande contribuição para a melhoria do mundo.”

Outro diferencial está no quadro imobiliário. A integração de bairros privativos à infraestrutura dos shoppings. A Multiplan é pioneira na alavancagem dessa tendência, com a construção de um bairro, o Golden Lake, em volta do BarraShoppingSul em Porto Alegre.

Espaços vivos

É um novo lifestyle, que alia conveniência, bem-estar e segurança. Projetos que reúnem shoppings e setor imobiliário (tanto residencial, quanto comercial, incluindo centros médicos) são um movimento que irá se fortalecer no Brasil nos próximos anos.

O fluxo de visitantes nos shoppings brasileiros não para de crescer. Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), os empreendimentos recebem 476 milhões de pessoas por mês. Essencialmente gregário, o ser humano se revela nesse ambiente cosmopolita, atraído por atrações criativas e interativas. Isso é reflexo da evolução do modelo dos nossos shoppings e da adesão à cultura expansiva e inclusiva, característica do brasileiro.

Ao longo dos anos, houve muitos investimentos na arquitetura dos shoppings, com instalações cada vez mais confortáveis, climatizadas, com amplitude de corredores, edificações mais sustentáveis e tecnológicas, conectadas à natureza e à comunidade, sem perder de vista aquilo que remete à memória afetiva das pessoas, o lazer do cotidiano e o convívio social.

Além disso, diferente do que se observa em outros países, onde ainda há um olhar basicamente voltado para o consumo, aqui prioriza-se a experiência e as necessidades das pessoas. Isso quer dizer que os complexos trazem um mix completo de funcionalidades.

No setor do varejo, mais que nunca, é preciso se reinventar. Se antes os shoppings eram vistos apenas como templos de consumo, hoje representam muito mais: são espaços vivos que acompanham e impulsionam o ritmo acelerado das cidades.

Com investimentos contínuos, inovação e um olhar atento às mudanças do comportamento do consumidor, esses empreendimentos reafirmam seu papel essencial no presente — e, sem dúvida, no futuro — das cidades brasileiras.

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