ONG de fachada vende idealismo para afetar mundo dos negócios
11 de março de 2025, 12h30
O Brasil foi “denunciado” na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), na semana passada, por um pretenso “desmonte das políticas de combate à corrupção”.

Bruno Brandão, da Transparência Internacional Brasil, durante evento do TCM de São Paulo
O denunciante é o empresário Bruno Brandão, titular da Transparência Internacional Brasil, que instrumentaliza bandeiras idealistas para enfraquecer empresas brasileiras na acirrada disputa por mercados internacionais.
Brandão, à frente da “transparência”, foi ator relevante no esquema apelidado “lava jato”. Ele tentou e não conseguiu estruturar uma fundação privada com o dinheiro das multas aplicadas a empresas brasileiras — cerca de R$ 5 bilhões. Com a sua assessoria, algo como US$ 7 bilhões de empresas do Brasil foram transferidos para os Estados Unidos e para a Suíça.
Para pressionar membros do Judiciário e políticos, através da opinião pública, o grupo de Brandão passou a usar um obscuro “índice de corrupção” para fuzilar empresários na imprensa — entre eles os irmãos Batista, donos da J&F. Durante as investigações, a holding foi forçada a vender empresas como a Eldorado Celulose.
A venda interessava particularmente à Transparência Internacional, haja vista a atuação do seu representante no Brasil, o empresário Josmar Verillo, do ramo de papel e celulose. Mais tarde, Verillo era também executivo do grupo sino-indonésio Paper Excellence, que tentou se apossar da Eldorado sem pagar.
Como a venda da Eldorado para a Paper tropeçou na Justiça, Brandão usou o seu “índice de corrupção” para interferir no negócio. Assim como na “denúncia” na OEA, Brandão afirma que a corrupção saiu do controle no país por causa das manobras do grupo J&F, além de resgatar outros casos — que têm em comum o linchamento de empresas e empreendimentos nacionais.
Esses fatos são demonstrados em um estudo produzido pelo constitucionalista Georges Abboud (Clique aqui para ler), que mergulhou na documentação gerada pelas investigações em torno das chamadas “lava jato” e “vaza jato”, ou “spoofing”.
O estudo revela as conexões espúrias entre a TI e o MPF no âmbito de ações policiais como a “greenfield” (que, no final das contas, serviu para forçar a venda da Eldorado), além das ambições da “ong” para gerir bilhões de reais acoplados em um fundo privado, mais um produto das artimanhas da “lava jato”.
“O conluio entre integrantes do MPF e a TI na gestão do montante de R$ 2,3 bilhões pactuado com a J&F no âmbito do acordo de leniência motivou a apresentação, pelo Deputado Federal Rui Falcão (PT-SP), de notícia-crime — que originou a PET 12.061 — em que a relação nebulosa entre MPF e TI é esmiuçada, apontando o deputado que diversos membros do MPF podem ter agido de forma ilícita e ímproba nessa parceria”, diz o levantamento de Abboud.
Outro lado
Em resposta a esta notícia publicada pela revista eletrônica Consultor Jurídico, a Paper Excellence afirma que não tentou adquirir a Eldorado Celulose sem pagar — em referência ao descumprimento de contrato que previa a liberação de garantias e ao pagamento da segunda metade da compra. Leia a seguir a íntegra da nota da empresa:
A notícia “ONG de fachada vende idealismo para afetar o mundo dos negócios” faz uma acusação incorreta à Paper Excellence ao dizer que a empresa “tentou se apossar da Eldorado sem pagar”. Conforme amplamente divulgado no mercado, um tribunal arbitral não só constatou que a J&F obstou a conclusão da venda da Eldorado, como também reconheceu o direito da Paper de assumir o controle de 100% da produtora de Celulose, uma vez que os recursos para o fechamento do negócio estavam disponíveis numa conta garantia no Brasil. A Justiça de São Paulo corroborou esse entendimento, ao negar o pedido da J&F de anular a sentença arbitral da qual foi derrotada. Além disso, ao contrário do que diz a notícia, Josmar Verillo nunca teve cargo executivo na Paper Excellence.
Clique aqui para ler a íntegra do estudo de Georges Abboud
* Notícia atualizada às 22h07 do dia 14/3 para inclusão da manifestação da Paper Excellence
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