Livros sobre democracia serão lançados em 2 de julho no XIII Fórum de Lisboa
25 de junho de 2025, 17h59
A democracia é celebrada em dois livros a serem lançadas em Portugal durante o XIII Fórum de Lisboa. Tendo como cenário a exposição Água Pantanal Fogo, do Documenta Pantanal, serão apresentadas as obras Brasília, a arte da democracia (FGV Arte e IDP), com organização de Paulo Herkenhoff, além de textos de especialistas em artes, arquitetura, história e política; e Presidentes governantes: numa era de fragmentação e volatilidade políticas, de Vitalino Canas.

Lançamento terá presença de Gilmar Mendes e Luis Felipe Salomão
O evento terá participação de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal e fundador do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP); Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da Fundação Getulio Vargas; Luis Felipe Salomão, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça; e Vitalino Canas, presidente do Fórum de Integração Brasil Europa (Fibe).
Os lançamentos ocorrerão em 2 de julho, às 19h, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, que fica na Rua da Escola Politécnica 56 58, Lisboa.
Como o evento está restrito a convidados, é necessária a confirmação da presença.
Brasília, a arte da democracia
A publicação, organizada pelo renomado crítico de arte Paulo Herkenhoff, traz textos de especialistas em artes, arquitetura, história e política que propõe uma leitura inédita de Brasília a partir de dois focos femininos: a própria cidade e uma de suas protagonistas mais relevantes, a escritora Vera Brant.
Brasília, a arte da democracia investiga os aspectos históricos, políticos e simbólicos que envolvem a criação e o significado da cidade. As fotografias de Leonardo Finotti ajudam a compor esse panorama visual e conceitual.
Além de homenagear personalidades marcantes como Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Athos Bulcão, Darcy Ribeiro e Zanine Caldas, a publicação destaca momentos fundamentais da democracia brasileira, como o texto de Clarice Lispector sobre a capital, o emocionante discurso de Ailton Krenak na Assembleia Constituinte de 1988, reproduzido integralmente no livro, e as potentes obras de Rosângela Rennó, que denunciam as fraturas do processo democrático.
Mais do que um tributo, o livro é uma afirmação: Brasília foi erguida com arte e continua sendo palco da arte de fazer democracia no Brasil.
Presidentes governantes
Em tempos de constantes e aceleradas mudanças, o livro do advogado português Vitalino Canas, presidente do Fibe, emerge como mais do que um indispensável manual para estudantes e cultores do Direito Constitucional Comparado, da Ciência Política e da Política Comparada, ao apresentar um retrato vívido do passado, do presente e das perspectivas de futuro das instituições políticas.
Presidentes governantes traz à baila os sistemas de governo e coloca sob sua lupa 37 países, observando as tendências mais recentes de predisposição à delegação de poder em órgãos unipessoais, mas também à instalação de novas formas de limitação do poder decorrentes da crescente necessidade de coligações para assegurar a governabilidade.
Ao esmiuçar as nuances dos sistemas, bem como a complexidade e os meandros do jogo político, a obra nos convida a refletir sobre o que nos aguarda. Questionar a capacidade de preservação da democracia no futuro demanda compreender as configurações institucionais dos Estados no mundo contemporâneo. Ainda que os arranjos políticos se renovem e se adaptem, nem sempre conseguem acompanhar, de forma harmônica, a realidade, em permanente transformação. Resta-nos a indagação: seriam, então, as instituições no século XXI resilientes o suficiente?
A estrutura do livro faz com que seus capítulos constituam uma compilação preciosa, revelando um panorama do estado das instituições democráticas na atualidade. Ademais, apresenta a categoria de presidentes governantes, indo além da análise do sistema presidencial e desvelando as modalidades e transformações no papel dos presidentes e no poder por eles exercido. Por fim, esta é uma obra que pretende compartilhar com o leitor tanto o conhecimento quanto as inquietações acerca dos desafios enfrentados pelos Estados no cenário atual.
Líderes fortes não são novidade na história; no entanto, a possibilidade de subversão das estruturas do Estado democrático de Direito por esses atores deve permanecer como um alerta para aqueles que prezam pelos valores constitucionais e democráticos.
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