Opinião

Economia da longevidade: oportunidades bilionárias no 'Brasil prateado'

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16 de junho de 2025, 15h23

Até 2080, pela primeira vez na história, o mundo terá mais pessoas acima dos 65 anos do que jovens menores de 18 anos. Esse dado, extraído do relatório World Population Prospects 2024 das Nações Unidas, redefine nossa compreensão de sociedade e inaugura definitivamente a era das silver economies, economias voltadas ao público sênior, que movimentarão trilhões de dólares globalmente.

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Países como Japão, Estados Unidos e Alemanha já são exemplos concretos do potencial dessa nova economia, explorando segmentos promissores como saúde especializada, tecnologia assistiva, serviços financeiros personalizados e habitação adaptada. Agora é a vez do Brasil entrar de forma decisiva nesse mercado.

Dados recentes do IBGE mostram que o Brasil terá quase 20% da sua população com mais de 60 anos já na próxima década. Essa transformação demográfica é uma oportunidade única para investidores e empreendedores, capaz de gerar bilhões em novos negócios e inovações.

Oportunidades

Entre as principais oportunidades, destaca-se inicialmente a área de saúde e tecnologia assistiva. Empresas de telemedicina, startups de dispositivos médicos inteligentes e serviços especializados já mostram forte expansão, com alta demanda por inovação tecnológica e investimentos privados robustos.

O mercado imobiliário também promete retornos expressivos. Incorporadoras e fundos imobiliários começam a investir em habitações adaptadas, condomínios sênior e soluções urbanísticas especialmente projetadas para idosos, garantindo acessibilidade, segurança e bem-estar. Exemplos internacionais já demonstram o potencial lucrativo dessa abordagem.

Outro segmento altamente promissor são os serviços financeiros. Produtos customizados de previdência privada, gestão patrimonial, seguros personalizados e crédito especializado são cada vez mais procurados por uma população mais madura e com capacidade de investimento. Instituições financeiras brasileiras já começam a adaptar seus portfólios para atender esse público exigente e financeiramente consolidado.

O setor de consumo sênior e turismo também desponta com força, com viagens exclusivas, experiências personalizadas e serviços premium, atendendo à demanda crescente por lazer de alta qualidade nessa faixa etária.

Para aproveitar plenamente esse mercado, é essencial que empresários e investidores brasileiros se antecipem, realizando análises detalhadas, criando linhas de negócio especializadas e estabelecendo alianças estratégicas entre os setores financeiro, imobiliário, tecnológico e de saúde.

No Japão, empresas investem fortemente em robótica assistiva. Nos Estados Unidos, o venture capital direcionado para startups de longevidade já movimenta bilhões de dólares anualmente. Alemanha e outros países da Europa Ocidental apostam na criação de fundos imobiliários específicos para empreendimentos voltados ao público sênior.

O Brasil prateado não é uma projeção distante, mas um presente repleto de oportunidades. Aqueles que compreenderem a força econômica dessa nova realidade estarão um passo à frente, colhendo resultados que vão além do lucro imediato: estarão ajudando a construir uma sociedade mais preparada, inclusiva e economicamente vigorosa.

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