Alexandre atende a pedido da PGR e decreta prisão de Carla Zambelli
4 de junho de 2025, 12h42
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou a prisão preventiva da deputada Carla Zambelli (PL). A decisão foi provocada por pedido da Procuradoria-Geral da República.

Carla Zambelli fugiu do país depois de ser condenada a dez anos de prisão pelo STF
Zambelli decidiu deixar o país após ser condenada a dez anos de prisão, junto ao hacker Walter Delgatti Neto, por ordenar uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e a emissão de documentos falsos.
Em entrevista à CNN Brasil, na terça-feira (3/6), ela disse que já deixou o país e, por ter passaporte italiano, vai morar na Europa e se licenciar do cargo de deputada federal.
“Após a sua condenação, com a fuga do distrito da culpa, a ré declarou que pretende insistir nas condutas criminosas, para tentar descredibilizar as instituições brasileiras e atacar o próprio Estado Democrático de Direito, o que justifica, plenamente, a decretação de sua prisão preventiva, conforme bem salientado pela Procuradoria Geral da República”, escreveu o ministro na decisão.
Alexandre ordenou a inclusão do nome da parlamentar na lista de procurados da Interpol, a suspensão imediata de seu passaporte e o bloqueio de seus bens e contas bancárias.
O ministro também ordenou o bloqueio dos perfis da deputada nas plataformas GETTR, Facebook, Instagram, LinkedIn, TikTok, X (ex-Twitter), Telegram e YouTube sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Por fim, Alexandre nomeou a Defensoria Pública da União para atuar em defesa da parlamentar, já que os advogados que a representavam no processo abandonaram a causa após a notícia de que ela havia fugido do país.
Dez anos, multa e perda de mandato
Zambelli foi condenada pela 1ª Turma do STF no dia 19 de maio a dez anos de prisão, em regime fechado, ao pagamento de 200 dias-multa, cada um no valor de dez salários mínimos, e uma indenização mínima de R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos. Os ministros também determinaram a perda do mandato da deputada, já que ela não teria condições de acompanhar o mínimo de sessões exigido pela Câmara.
Delgatti Neto foi condenado a oito anos e três meses de prisão no regime inicial fechado, mais 160 dias-multa no valor de três salários mínimos cada. Ambos foram condenados pelos crimes de falsidade ideológica e invasão a dispositivo informático qualificada pelo prejuízo econômico causado.
Um dos objetivos da invasão aos sistemas do CNJ foi a inclusão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, assinado pelo próprio magistrado. Também foi emitido um falso alvará de soltura em favor de um líder da facção criminosa Comando Vermelho, condenado a mais de 200 anos de prisão.
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AP 2.428
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