Eleições para juízes no México têm baixo comparecimento de eleitores

As eleições para juízes no México — primeiro país a propor uma reforma no Judiciário com participação popular — contou com a participação de 13 milhões de pessoas, o que corresponde a apenas 13% do eleitorado. No total, 99 milhões de mexicanos estavam aptos a votar. As informações foram publicadas por editoriais dos jornais O Globo e Estadão, que criticaram o pleito.

Outros países, como a Bolívia, têm um sistema de escolha dos membros Judiciário semelhante. Lá, entretanto, o voto popular só é permitido para os cargos dos tribunais superiores. Já os Estados Unidos, que também têm votações para o Judiciário, limitam os certames a alguns juízes estaduais.

A presidente Claudia Sheinbaum comemorou a participação nas eleições para juízes

O pleito mexicano vai eleger magistrados para mais de 2,6 mil cargos de tribunais regionais e federais, além dos nove membros da Suprema Corte. Os resultados serão conhecidos no próximo dia 15, quando acabar o processo de contagem dos votos.

Tudo mudou com as eleições que elegeram Claudia Sheinbaum (Morena), que segue a mesma linha de Obrador, como nova presidente. A reforma do Judiciário foi aprovada em 2024 pelo Congresso, agora majoritariamente composto por aliados ao governo. Sheinbaum classificou a eleição como um “êxito democrático”.

Alguns especialistas temem que a eleição direta para magistrados ponha em risco o Estado Democrático de Direito, já que, assim, o Morena (partido de Sheinbaum), pode influenciar a escolha dos magistrados.

Também há a preocupação com a possibilidade de que o crime organizado mexicano, conhecido pelo enorme poderio financeiro, eleja juízes simpáticos às suas causas.